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Não reclames
De tua vida
Porque ela sabe
O que te dá
Porque ela
Condensa
O acontecimento ruim
A luta vã
O amor tardio
Em um momento só
E tu deves
Ir desfiando
A vida
Aos poucos
E paciente
Com calma
E piedade
Aos teus próprios
Nós
Para um dia
Enxergar
A vida
Nem no certo
Nem no errado
Apenas
Na imensidão
Do mar bravio
Em silêncio
Bem aí
Dentro do peito”
(“Carta aos navegantes”, Patricia Gonçalves Tenório, 01/01/2018, 06h15)
Obs: Patricia Gonçalves Tenório (Recife/PE, 1969) escreve prosa e poesia desde 2004 e tem onze livros publicados, com premiações no Brasil e no exterior, entre elas, Melhor Romance Estrangeiro (2008) por As joaninhas não mentem, e Primo Premio Assoluto (2017) por A menina do olho verde, ambos pela Accademia Internazionale Il Convivio (Itália); Prêmio Vânia Souto Carvalho (2012) da Academia Pernambucana de Letras (PE) por Como se Ícaro falasse, e Prêmio Marly Mota (2013) da União Brasileira dos Escritores (RJ) pelo conjunto da obra. Mestre em Teoria da Literatura pela UFPE, atualmente é doutoranda em Escrita Criativa na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).