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Estavam de lado a viola e a enxada
e as botas de couro largadas
num canto qualquer de um quarto qualquer
a aventura de andar e a liberdade
pareciam esquecidas
as dádivas das matas, jazidas
para quem um dia já soubera vagar
a vida restrita, estrita, da cidade
era sufocação.

Sobre a mesa o bule de café quente
seu esmalte azul parecia dizer:
olha, o céu não desbotou
o luar, as estrelas incrustadas na noite
queriam sorrir e piscando chamavam.
A réstia de sol da manhã e o amor
que restava e o verão que chegava
induziam a ir cavalgar
cavalos de estrada e amar
as mulheres nas bocas-do-mato e ouvir
a passarada e a brisa e o mar
até morrer de valentia ou malaita.

Obs: Texto retirado do livro do autor – Livro dos Silêncios

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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