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Por ser Domingo das Mães, o dia fica muito especial. E por ser especial, é preparado com antecedência, esperado com ansiedade, precedido de diversas providências para que a festa seja garantida.
Na verdade, o Domingo das Mães nos coloca o desafio de como celebrar todos os domingos. Todos eles podem assumir a dimensão de festa, que congrega a família e reúne a comunidade.
São duas realidades que precisam fazer parte de qualquer domingo que se preze: a família e a comunidade.
Todo domingo é dia da família, todo domingo é dia da comunidade.
São as duas referências que situam o cotidiano de nossa existência, que tem na semana o seu ritmo, que nunca foi alterado. Tanto que até hoje nunca foi mudada a sequência dos dias da semana.
Quando é escolhido o domingo para assinalar uma efeméride, é sinal de que data a ser comemorada é muito especial, a ponto de contagiar a semana toda.
Por isso, a festa das mães não é vinculada a um dia do mês, mas a um dia da semana, no caso o domingo. Ficaria sem graça, por exemplo, celebrar o Dia das Mães numa segunda-feira. Uma festa especial requer um domingo para ser bem celebrada.
Comparando com as festas litúrgicas, o domingo de Páscoa serve como referência permanente para a celebração de outros domingos. Ele dá o conteúdo a ser celebrado em cada domingo. Por conta disso, todos os domingos, de certa maneira, viram “domingo de Páscoa”, no qual celebramos o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Se a Páscoa fornece o conteúdo, o Domingo das Mães fornece a forma para celebrar o domingo de maneira festiva, e nos ensina que todas as realidades de nossa vida recebem um sabor melhor e tomam seu sentido verdadeiro, quando bem assumidas e bem celebradas no domingo.
Assim se confirma a importante convicção da liturgia de celebrar a memória dos mistérios de Cristo, mas também celebrar a realidade cotidiana de nossa vida, colocando-a à luz desses mistérios que a iluminam e a integram como motivo de nossa celebração.
O domingo é o dia de recordar a memória do Senhor, mas é também o dia de celebrar nossa vida, com os muitos motivos de ação de graças que ela nos apresenta.
Como todo domingo é dia de Páscoa, bom seria se todo domingo contasse com a dinâmica envolvente do dia das mães. Para ser preparado, aguardado com expectativa e celebrado com alegria em toda a comunidade, em todas as famílias.
Desaprendemos a valorizar os domingos. Por isso eles perderam sua graça.
Como no Domingo das Mães, não pode faltar na comunidade uma homenagem especial para elas. E não pode faltar na família um bom almoço, temperado com carinho e com alegria.
Assim, em todo domingo, não pode faltar a celebração na comunidade, da qual devemos participar ao vivo. E não pode faltar a festa em família, na alegria de sentir-nos unidos e abençoados por Deus.
Comunidade e família, os dois componentes que não podem faltar em nenhum domingo! (12 de maio de 2013)
Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.