Wagner Okasaki 15 de abril de 2018

Entrei naquela fila quilométrica um pouco apreensivo.
O que é que aquele homem tem, que faz as pessoas desmaiarem durante a unção?
E eu, que não tenho religião, serei afetado?

Quando chegou a minha vez, os assistentes já estavam posicionados, prontos para me amparar, e certos de meu desabamento.
Mirei o padre Elói fixamente, sem palavras, e experimentei uma profunda paz. Fechei os olhos, senti seu polegar lambuzado de óleo tocar minha testa. Só isso…
E agora?
Eu estava disposto a não abrir os olhos enquanto ele não me “liberasse”.
Parece que ele também não me largaria enquanto eu não abrisse os olhos, ou desmaiasse.

O “duelo” durou alguns segundos, que pareceram horas.
Finalmente cedi, e deixei meu corpo cair. Estive consciente o tempo todo. Independentemente da crença, as vibrações são muito positivas, mas juro que senti o padre me empurrar, muito sutilmente.

Missa do Padre Elói, no ginásio do Batalhão de Polícia de Choque, Cremação

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Obs: Foto do autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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