O desejo do ESPÍRITO é a VIDA e a PAZ

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Quando falamos de espiritualidade, de que estamos falando? Espiritualidade diz respeito à vida espiritual. No ser humano há uma dimensão que ultrapassa as dimensões biológica, psíquica, mental. E, assim como as outras três dimensões, esta dimensão espiritual necessita ser alimentada e cultivada. Por isso, em grau menor ou maior, em todas as culturas encontramos tradições espirituais, com métodos que ajudam as pessoas a crescer espiritualmente ao longo da vida. Para nós, cristãos, esta vida espiritual é “vida no Espírito de Jesus Cristo”. O Espírito acende em nós o seu amor, a paixão por Jesus Cristo e nos leva a pautar toda a nossa vida pela intimidade com Ele. “A espiritualidade cristã, que é o seguimento de Jesus, se alimenta de uma verdadeira paixão por Ele, de uma amizade singular[…] de uma compenetração intimíssima, comunhão mesmo.”1 Nós o amamos, e embora não o tenhamos visto, nele cremos e nosso coração transborda de uma alegria que não pode ser expressa em palavras (cf 1Pd 1,8). Essa vida no Espírito supõe a troca da velha natureza (o “homem velho”) pela nova (o “Homem Novo”), como expressa São Paulo:

…despojai-vos do homem velho, que fazia com que vivêsseis uma vida de pecados e que estava sendo destruída pelos vossos desejos enganosos. É preciso que vosso coração e vossa mente sejam completamente renovados. Revesti-vos do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade verdadeiras (Ef 4,22-24).

Supõe, portanto, uma mudança de vida que vai exigir de nós opções bem concretas, escolhas e renúncias. É preciso escolher entre a vida na “carne” e a vida no Espírito:

São bem conhecidas as obras da carne: fornicação, libertinagem, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias, e coisas semelhantes a estas. […] Porém, o fruto do Espírito é: caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade, mansidão, continência (Gl 5,19-23). 2

A meta é a libertação de tudo o que nos escraviza, a identificação com Jesus Cristo (cf Gl 2,20: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim”), e a plena maturidade na fé e no amor.

Para refletir:

  1. Qual é o trabalho que o Espírito Santo realiza em mim?
  2. Qual é a mudança de vida que ele provoca?
  3. Qual a transformação que sinto que necessito no momento atual?
  4. Como anda a minha (nossa) vida espiritual?

Mantra: O Espírito de Cristo, o Espírito de amor, confirme os corações, confirme os corações.

Ó ESPÍRITO SANTO,

Dai-me um coração grande,

aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora;

fechado a todas as ambições mesquinhas;

alheio a qualquer desprezível competição humana;

compenetrado do sentido da Santa Igreja!

Um coração grande,

desejoso de se tornar semelhante ao coração do Senhor Jesus!

Um coração grande e forte, para amar a todos, para sofrer por todos!

Um coração grande e forte, para superar todas as provações.

Todo tédio, todo cansaço, toda desilusão, toda ofensa!

Um coração grande e forte e constante até o sacrifício, quando necessário!

Um coração cuja felicidade seja palpitar com o coração de Cristo

E cumprir humilde, fiel e virilmente a vontade divina. Amém.

Paulo VI

Mantra: Dá-nos um coração grande para amar, dá-nos um coração forte para lutar.

1. CASALDÁLIGA, Pedro. Nosso Deus tem um sonho e nós também: carta espiritual às comunidades. In: 10º Encontro Intereclesial, Ilhéus (BA), 11-15 de julho 2000.
2. Veja também Rm 6,5-7; Rm 8,1-17.

Obs: O texto acima foi uma proposta de reflexão realizado em um retiro bíblico-litúrgico para Irmãs beneditinas missionárias.

Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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