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1 – Domingo de TOMÉ

João 20,19-3

Em nosso encontro de hoje, vamos expe-rimentar a presença de Jesus, como Aquele que chega para nos comunicar sua PAZ!… Ele vem soprar sobre nós o seu Espírito e enviar-nos pelos caminhos do mundo, com a missão de vencer o pecado do mundo…
Felizes”, “bem-aventurados”, nos sentiremos porque não vimos Jesus em carne e osso, mas cremos n’Ele e o seguimos, sendo hoje suas testemunhas, por onde passarmos, aonde quer que cheguemos, não importa o que aconteça, nem com quem, ou com que situação nos deparemos…
Nosso objetivo maior é fazer o Reino acontecer “assim na terra como no céu”!
A nossa luta será para fazer com que os valores do Reino fermentem e transfor- mem toda a vida da Sociedade.
Assim, na esperança, já cantamos o ALELUIA da vitória, mesmo que imperem as injustiças e a violência, como essas que andam acontecendo com quem defende os direitos do povo e prioriza os que mais precisam!

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Nossos inimigos dizem

Nossos inimigos dizem: a luta terminou.
Mas nós dizemos: ela começou.
Nossos inimigos dizem: a verdade está liquidada.
Mas nós sabemos: nós a sabemos ainda.
Nossos inimigos dizem: mesmo que ainda se conheça a verdade
ela não pode mais ser divulgada.
Mas nós a divulgaremos.
É a véspera da batalha.
É a preparação de nossos quadros.
É o estudo do plano de luta.
É o dia antes da queda de nossos inimigos.

Bertolt Brecht (1898 – 1956).

2 – Domingo de um Encontro surpreendente

Lucas 24,35-48

Um misto de surpresa, de espanto e alegria é o que faz a fé dos discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré passar por um momento de perplexidade, de dúvida, de não saber como reagir diante de algo que desponta forte no íntimo de suas consciências: a imperiosa constatação de que Aquele que deu sua vida por eles, por elas, por todos e todas, não pode não estar vivo, ressuscitou! Seu amor é vitorioso! Deus lhe dera razão! Ele venceu! Ele mesmo está entre nós!

Na última Ceia, na véspera de sua morte, JESUS, repartindo o pão e o cálice com eles, fala que vai dar a vida por eles e pela humanidade e lhes sugere que, pela vida afora, façam isto “em sua memória”…

Repetindo a sua Ceia, temos hoje a oportunidade de fazer experiência semelhante: sentir o Ressuscitado no meio da gente… compartilhar com ele nossas alegrias e tristezas, nossas angústias e esperanças, os desafios todos do nosso cotidiano, marcado por medos, egoísmos, injustiças, preconceitos, opressões e exclusões (VER)… escutar sua Palavra, através da proclamação das Escrituras, e, à sua luz, fazermos a leitura pascal da vida, reencontrando o sentido maior de nossa existência e reaquecendo os corações com a esperança que não ilude (JULGAR)… comer, mais uma vez, a sua Ceia, comungando como Aquele que entregou sua vida, para que tenhamos vida em plenitude, comprometendo-nos a continuar esta história de amor, aqui e agora, para que a sociedade em que vivemos tome os rumos da solidariedade, da justiça e da paz (AGIR)… E esse compromisso tem sabor de “missão”: irmos ao encontro das pessoas e entidades com a tarefa de ajudar mudar os corações e reconciliar a humanidade. ALELUIA!

À luz da experiência d’Aquele que morreu e ressuscitou, dá para fazer uma leitura dos fatos clamorosos que estão ocorrendo em nosso país?… Dá para perceber a mesma dinâmica de morte-e-ressurreição se materializando em torno de um filho do povo, preso porque retoma o Projeto Divino de libertação dos oprimidos e excluídos, para que “tenham vida e a tenham em plenitude”?… É uma pena que muita gente do povo, hoje como ontem, iludida pela mídia do opressores, repita o grito desvairado, que pede a liberdade para “Barrabás” e a crucificação do inocente… Mas ninguém perde por esperar o alvorecer da madrugada.

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Papa Francisco, domingo passado, 08/04, lançou sua 3ª. Exortação Apostólica, convidando todos e todas nós a sermos santos e santas:

<<14. Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais. >>

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A REFEIÇÃO DA FAMÍLIA”…

Esta é precisamente a compreensão que nossas comunidades precisam ter do que seja a celebração da Ceia do Senhor.
Antes de qualquer outra coisa, é questão de comer e beber juntos, “tomando alimento com alegria e simplicidade de coração” (At 2,46).
Este prazer de partilhar comida e bebida, fruto da generosidade a terra e do trabalho de tantas mãos, fonte do nosso sustento e causa da nossa alegria precisa ser resgatado, se quisermos pronunciar uma bênção que faça sentido, que não caia no vazio, como infelizmente parece acontecer há séculos, desde que se perdeu esta noção do que seja celebrar a Ceia do Senhor.
O Ressuscitado chega para nós com a sua Paz. Ele se faz gostosamente presente entre os seus, quando a gente reparte entre a gente o Pão e o Vinho, em sua memória, como Ele nos mandou, “até que Ele venha”…
O desafio está posto: como tornar nossa celebração dominical uma verdadeira confraternização, na qual verdadeiramente se partilha comida e bebida, com alegria, porque Ele vive em nossas vidas e está aqui conosco.

Porque comer e beber é um momento culminante da vida de uma família, é que se justifica a bênção que precede a refeição, e, de modo especial, a CEIA DO SENHOR.

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE. 
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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