Algumas pessoas costumam se perguntar: “se Deus é onisciente, por que eu devo me preocupar em contar a Ele os meus problemas e desafios se Ele já sabe o que estou passando? E por que eu devo agradecer por algo que Ele me fez se Deus vê o meu coração e já sabe o quanto lhe sou agradecido? Isso não seria perda de tempo?”
Outras pessoas acham que o Deus todo poderoso é muito ocupado. Elas acreditam que pelo fato de que neste mundo há muitos problemas e pessoas com problemas maiores, seria uma espécie de egoísmo importunar a Deus com os seus “pequenos” problemas do dia-a-dia.
Antes de tudo, é importante para nós cristãos sabermos que Deus Pai enviou Jesus ao mundo para restaurar o nosso relacionamento com Ele. Foi para isto que Jesus sofreu, morreu na cruz e ressuscitou. O sacrifício de Jesus nos restaurou a comunhão com o Pai e hoje somos filhos dele (Romanos 8:15; Gálatas 4:4-5). O sacrifício de Jesus nos transportou da posição de inimigos para a de amigos de Deus (João 15:15).
É impossível se conceber um relacionamento, uma amizade, sem qualquer comunicação, sem conversa ou qualquer interação, não é verdade? Isso não existe. Da mesma forma acontece em nosso relacionamento com Deus. Para existir um relacionamento, deve também existir comunicação e interação.
É bem verdade que Deus é onisciente e todo poderoso. Estes são realmente alguns de seus atributos. Mas esses atributos não devem nos afastar dele, muito pelo contrário! Essas são características que nos trazem confiança em quem Ele é. Não se trata de pensar: “O soberano Deus criador é onisciente e todo poderoso”, embora Ele o seja. Mas de saber que o NOSSO PAI, O NOSSO MELHOR AMIGO, é onisciente, soberano e todo poderoso!
Quando uma pessoa aceita o senhorio de Jesus sobre a sua vida, ela está recebendo a remissão que o sacrifício de Jesus conquistou para ele e o Deus trino, Pai, Filho e Espírito Santo, passa a fazer parte de sua vida e quer ser envolvido nos mínimos detalhes.
Veja que a Palavra de Deus nos diz que até os fios de cabelo de nossa cabeça são contados (Mateus 10:30; Lucas 12:7). Ora, se Deus conta os fios de cabelo de nossa cabeça, é porque até isso é importante para ele. O mesmo não acontece com os nossos pecados quando nos arrependemos. Deles Deus não se lembra mais (Hebreus 10:14-17). Sabe por quê? Porque não importam mais para Ele.
A oração é o meio de comunicação do cristão com o Pai, como também é um dos meios de Deus falar com os seus filhos. É por meio da oração que derramamos o nosso coração diante de Deus, lhe rendemos ações de graça e também compartilhamos com ele os nossos questionamentos e dificuldades.
Não oramos para informar a Deus o que estamos passando, as nossas dificuldades e problemas, pois é verdade que Deus já os conhece. Mas quando nós oramos estamos, como um amigo faz com o outro, derramando as nossas preocupações, pedindo conselho e ajuda.
Mas quando resolvemos não orar, quando resolvemos não “importunar” o nosso melhor amigo, por achar que ele já tem problemas suficientes para resolver, na realidade estamos lhe dizendo que não precisamos de sua ajuda, que podemos dar conta da nossa vida sozinhos. O que, como sabemos, não corresponde a realidade. Pois nós já estamos certo que neste mundo precisamos de um Senhor, Salvador e Ajudador. Sem ele a vida é complicada demais e sem sentido.
Deus não irá se meter onde não foi chamado, nem invadir um espaço sem ser convidado, mas como uma amigo educado e gentil, ele espera que você lhe entregue o comando da situação (Apocalipse 3:20).
Devemos entender que Deus é sim onisciente, mas que ele também é onipotente. Ou seja, ele é capaz de dar conta de todos os problemas da humanidade, não será o nosso grande ou pequeno problema que o deixará sobrecarregado.
Na realidade Deus se agrada, quando em oração, lhe entregamos cada aspecto de nossa vida, pois ao procedermos desta maneira estamos depositando a confiança nele e crendo que ele pode tomar conta de tudo o que nos diz respeito. Quando agimos assim, na realidade estamos agindo em fé.
Fé é o que move e agrada o coração de Deus (Hebreus 11:6) e a oração é uma expressão pura de fé.
Ao orarmos estamos reconhecendo Jesus como o nosso sumo-sacerdote e crendo que podemos chegar com confiança a Deus (Hebreus 4:14-16), sem temor porque fomos feitos seus filhos (Romanos 8:15). Agimos em fé na certeza de que Ele nos ama (1 João 4:16), que Ele supre todas as nossas necessidades (Filipenses 4:19) e que como um Pai amoroso Ele nos ouve (Isaías 59:1; 1Pedro 3:12) e sabe dar o melhor para os seus filhos (Mateus 7:9-11; Lucas 11:11-13).
Mas a oração é uma conversa e, como tal, não consiste em um monólogo, mas em um diálogo. Deus sempre responde as nossas orações, mas nem sempre estamos atentos para ouvi-lo (Jó 33:13-14). Deus está sempre falando conosco e, assim como acontece em qualquer relacionamento que passamos a conhecer melhor a pessoa à medida que cresce a intimidade, assim também acontece com o nosso relacionamento com Deus. É através da oração que crescemos em intimidade com o nosso Pai e a aprendemos a perceber quando Ele fala conosco.
Que possamos ter uma vida ativa de oração para que cresçamos em intimidade com o nosso Pai. Que assim como reconhecemos a voz de um amigo ao telefone sem que ele se identifique, que possamos reconhecer a voz do nosso melhor amigo, daquele que está sempre conosco e que se interessa por cada detalhe de nossa vida.
Obs: Imagem enviada pela autora