Ana Eliza Machado 15 de março de 2018

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Eu realmente gostaria de entender em qual momento as mulheres passaram de deusas para sexo frágil. Gostaria de entender o porquê de tanto preconceito, de tanta birra, de tanta indiferença e diferença entre homens e mulheres.

Homens e mulheres são iguais. Simplesmente. Não há mais inteligente e menos inteligente. Mais capaz ou menos capaz. Ambos são humanos. Ambos têm falhas. Ambos tem condições para sonhar, querer, desejar, agir, pensar, amar, viver.

E hoje, no Dia Internacional da Mulher, dia de aniversário de uma barbaridade contra mulheres, no mínimo, corajosas, é que gostaria de fazer uma denúncia contra nós, mulheres.

Foi contra a opressão e a desigualdade que lutamos para conquistar nossos direitos de votos, de viver, de pensar, de agir como qualquer outro [homem]. Foi para conquistar novas fronteiras e derrubar outras. Foi por isso que passamos a vestir calças. Foi por isso que protestamos dias e noites. Foi por isso que queimamos nossos sutiãs.

Não é por esse motivo que tiramos a roupa em qualquer anúncio, qualquer programa de televisão. Pois se a mulher se despe de roupas, se despe de seus conceitos, de suas vitórias e das vitórias de tantas outras mulheres que fizeram por merecer o que conquistamos até hoje. Cuidado, mulheres. Atenção, mulheres. Mulheres, meninas, moças, senhoras. Não é porque admiram suas curvas, que admiram seus pensamentos e seus sonhos. Não é porque dançamos e cantamos e vulgarizamos nossas curvas que alguém se importe com o que ainda sonhamos. Mais igualdade, mais respeito.

Queimar nossos sutiãs foi um símbolo de liberdade. Nos despirmos, hoje, de roupas e pudor, é regressão.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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