Desperto em fugas. De mim. Em variações, de ti. Ouço paz e me espalho por periferias.
Escuta a paz.
Mundo triste.
E os ruídos de corpos sombrios, implodidos, esquecidos, derretidos, explodidos. Das dilacerações de idéias, das diferenças esmagadas. Igual inalcançável.
Todos os tumores benignos, se ainda não são, um dia serão malignos. Questão de solidariedade.
Permaneço assim, desperto em variações de ti.
Quisera compor alguma melodia em ti.
Deito-me sobre o mundo, triste mundo.
Em mim, a sobra da espécie, o próprio sucumbir. Variações do fim.
Teu nome esquecido em alguma gaveta de meu sonho. Restou a mão estendida. Perdeu-se o gosto do viver e aquietou-se em nós um sabor de fel e melancolia.
Desperto liquefeito e encontro gestos inacabados.
Em ti, doem o olhar e a lágrima evaporada.
Triste e vasto mundo.
Nenhum anjo veio velar meu sono. Fui noite e não consegui amanhecer.
Haverá alguém para dizer meu nome?

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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