
Quando chegares e eu já for ausência,
Pensamento estrangeiro em tua fronte,
Brisa de paz que se transforma em fonte,
Ou simples intuição sem permanência;
Pressente-me a chuva da inclemência,
Nas aves desgarradas do horizonte,
Nas alegrias construindo a ponte
Por onde há de voltar toda a inocência.
Quando chegares nas manhãs de olvido,
Invoca-me no fundo de tua alma
Dentro de um credo estranho e perseguido;
Que a morte há de soltar da garra adunca
Este que sou agora em tarde calma,
Um sempre que renasce sobre o nunca!
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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