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As palavras
Fizeram um acordo
Com a minha boca
E dela não saem mais
Fizeram um acordo
Com os olhos
E eles vão ler
Silenciosos
Com os ouvidos
E eles vão escutar
Estrelas
Porém
As palavras
Não conseguem
Adormecer
As minhas mãos
Acordar com as minhas mãos
Uma página em branco
As mãos
São o instrumento
Que me faz
Sentir humana
E sonhar
E perceber
E escrever
A imensidão
Do meu vazio
Obs: (“O ser e o nada”, Patricia Gonçalves Tenório, 14/01/2018, 17h55)
Patricia Gonçalves Tenório (Recife/PE, 1969) escreve prosa e poesia desde 2004. Tem onze livros publicados, com premiações no Brasil e no exterior, entre elas, Melhor Romance Estrangeiro por As joaninhas não mentem (em Outubro, 2008) e Primo Premio Assoluto por A menina do olho verde (em Outubro, 2017), ambos pela Accademia Internazionale Il Convivio, Itália, e Prêmio Marly Mota (2013) da União Brasileira dos Escritores – RJ pelo conjunto da obra. Defendeu em 17 de setembro de 2015 a dissertação de mestrado em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco, linha de pesquisa Intersemiose, “O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde: um romance indicial, agostiniano e prefigural”, sob a orientação da prof. dra. Maria do Carmo de Siqueira Nino. Doutoranda em Escrita Criativa (2017.1) no Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), sob a orientação do prof. dr. Luiz Antonio de Assis Brasil.