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“Fica abolida a lei do celibato também para os padres do Ocidente” – “As mulheres  podem ser ordenadas sacerdotisas” – “O aborto é permitido”  ??? – Os jornalistas  chamados “vaticanistas”, que sabem as coisas do Vaticano fora dos muros, terão ficado decepcionados com  a Exortação Apostólica pós-sinodal, a primeira do Papa Francisco, “Evangelii Gaudium”( A Alegria do Evangelho) sobre a evangelização hoje, comentando os pontos discutidos pelos Bispos no último Sínodo, de 2012, sobre a nova evangelização. Nada das inovações estrondosas, com que iniciei este artigo e  que alguns pretendiam e chegaram a anunciar, que o Papa Francisco iria fazer…

“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio. Quero convidá-los para uma nova  etapa evangelizadora, marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos.  Os males do nosso mundo – e os da Igreja – não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor” – inicia o bispo de Roma seu primeiro documento pastoral, após a Encíclica sobre a Luz da Fé, feita em conjunto com Bento XVI.

“Precisamos – continua o Papa Francisco – recuperar o frescor original do Evangelho com novas formas e métodos criativos. Desejo dirigir-me aos fiéis cristãos para convidá-los a uma nova etapa de evangelização, marcada por esta alegria, num estado permanente de  missão, vencendo o grande risco do mundo atual, que é o cair numa tristeza individualista”. “Sinal do acolhimento de Deus – continua a Exortação –  é ter por todo lado igrejas com as portas abertas, para que aqueles que estão à procura não encontrem a frieza de uma porta fechada. A Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e alimento para os fracos. Somos chamados a agir neste campo com prudência e audácia.”

Longo trecho, dos números 135 a 162, o Santo Padre dedica à homilia e à leitura espiritual, de grande interesse para todos os sacerdotes e ministros da Palavra. Sobre a catequese (nºs 163-168), o Papa quer evidenciar que ela tem como papel fundamental o primeiro anúncio, o querigma, e deve ocupar o centro da atividade evangelizadora e toda tentativa de renovação eclesial. Com força e audácia o Papa fala de uma reforma das estruturas eclesiais para que se tornem mais missionárias. E ele pensa também numa reforma do papado para que ele seja mais fiel ao significado que Jesus Cristo lhe quis dar (n. 32).

A inclusão social dos pobres, ensina o pontífice, deriva de nossa fé em Cristo que  se fez pobre e sempre se aproximou dos pobres e marginalizados. Curiosamente, o Papa cita um documento dos Bispos do Brasil, que é um reflexo do Concílio: “Desejamos   assumir a cada dia as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do povo brasileiro, especialmente as populações das periferias urbanas e das zonas rurais.” “Para a Igreja, diz Francisco, a opção pelos pobres é mais uma categoria teológica que cultural, sociológica, política ou filosófica.”

O bispo de Roma nos exorta a recuperar o frescor original do Evangelho com novas formas e métodos criativos. Precisamos, diz ele, de uma conversão missionária e pastoral e não podemos deixar as coisas como estão.

Concluo com essa expressão vigorosa do Papa Francisco: “A Igreja proclama o evangelho da paz e está aberta à colaboração com todas as autoridades nacionais e internacionais para cidar desse bem universal tão grande.

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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