Irandi Santos 1 de janeiro de 2018

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Antes de viajar para o estado das amazonas, tomei dois tipos de vacina e o  enfermeiro  que aplicou, me disse que dependendo da minha  defesa orgânica, teria  reação ou não dentro de dez dias.
No décimo  dia eu estava  no centro da cidade de Manaus sentindo muito  frio, embora   fizesse  muito calor, fui até uma farmácia aferir a minha temperatura  e o farmacêutico   disse  que estava  com  40ºC  de febre,  comprei  um  medicamento  em  gotas, fui para o hotel e caí na cama mais ou menos às 20:00 horas.
Quando entrei em meu  quarto  não  lembro ter fechado a porta, lembro que  coloquei  o  medicamento  em  cima do frigobar e  em certo momento  senti a  presença  de uma  moça   muito  bonita  e  cheirosa  com  uma  criança  nos  braços,  ela  olhou  para mim, colocou  a  criança  na  cama  ao  meu  lado  e  sem  falar,  pegou  um  copo e efetuou a medicação, sentindo a frieza de seu corpo, adormeci.
Quando a noite morria,  acordei  com ela sobre meu tronco beijando meus lábios como   quem quisesse que a febre baixasse  ou  houvesse  uma compensação de temperatura, e  me  sentindo  melhor  perguntei  seu nome, ela me  falou  que era médica, seu nome era Sheila, fiquei muito alegre em me  sentir  melhor  e  agradeci,  ela  olhou para mim, sorriu e disse: cumpri com mais uma missão, vou embora que já está amanhecendo.
Dormi  até  às 7:00 horas,  e fiquei  ansioso para encontra-la no café, ficando até o final do horário sem ve-la.
Era  um  sábado  fui  até  um  posto  de  saúde  e  me  consultei  com  outra médica,  ela mandou  que  fizesse  exame  de  sangue, aferiu  a temperatura e depois que resultado do exame saio, disse  que  eu estava sem febre  e  com   muita   saúde,    o  desconforto  térmico  que  tive,  foi  devido  a diferença de clima, agradeci e saí.
Chegando ao hotel perguntei ao   recepcionista  se  havia  uma  médica chamada Sheila hospedada  no   hotel  com  uma  criança,  ele  olhou  para  mim,  sorriu,  disse  que não havia nenhuma hóspede com esse nome.
Passavam  3  meses  e  fazia a  mesma  pergunta aos outros  funcionários,  as respostas foram sempre as mesmas, não.
Com  quase  4  meses  de  estada,  ao  me despedi  do  pessoal,  duas  camareiras  e um recepcionista me disseram que 2 meses antes de me  hospedar no quarto nº 101 desse mesmo hotel, teria se hospedado uma médica com o nome  de Sheila, com o filho de 5 anos,   que  ao   voltar de  barco  para  sua  cidade  no  interior  das  Amazonas, o barco naufragou  sem  haver  sobreviventes   e   confirmou   com  um  recorte de  jornal onde havia os nomes dos tripulantes.

E eu não sei se Sheila foi delírio, sonho ou realidade.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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