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1. FESTA DA EPIFANIA DO SENHOR
Mateus 2,1-12

Esta festa, celebrada tradicionalmente no dia 06 de janeiro, é o desfecho radiante do ciclo de Natal: a manifestação do Filho de Deus às nações do mundo inteiro, na pessoa dos Magos vindos do Oriente… Eles vêm do lado do mundo onde o sol nasce, em busca do Sol da Justiça, que havia raiado no escuro da noite da gruta de Belém.

E houve uma ida e uma volta:
Para ir, e chegar até o Menino-Deus, precisou, primeiro, observar os “sinais dos tempos” e caminhar no rumo da Estrela.
E já no final da viagem, de onde menos se esperava, não faltou quem quisesse aproveitar-se deles para planos bem diversos e perversos: como predissera Simeão, aquele Menino-Rei, desde cedo, haveria ser “sinal de contradição”.
E o encontro com o Menino foi um momento de expansão dos corações e da oferta do que traziam de melhor para Aquele que chegava como promessa de Vida, e Vida em abundância.

Voltando a seus mundos e suas gentes, agora, era a vez de eles mesmos cumprirem o papel da Estrela, anunciando e testemunhando um Reino e um Rei diferentes, que haveriam de acontecer no meio dos simples e dos pobres.

É a partir dos empobrecidos, que Deus quer que mudemos nossos conceitos e atitudes, invertamos nossas prioridades, e inauguremos uma nova realidade pessoal e social: um Ser Humano Novo, um Mundo Novo, que tenha a cara da Terra Prometida, onde mana para todos e todas o leite da justiça e o mel da paz.

“Vós sois a luz do mundo!”, eis aí um bom programa para um ano que começa.

Como cristãos e cristãs, cidadãos e cidadãs do céu, já nesta terra, o que nos cabe como tarefa prioritária, ao longo deste ano de 2018?… Estamos atentos aos “sinais” dos tempos e de Deus?… Por onde e para onde queremos caminhar?…

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EPIFANIA! Vale a pena começar um novo ano ao esplendor de tanta luz, sobretudo se cada um, cada uma de nós, se nossas comunidades cristãs se capacitam a fazer de suas vidas outros tantos pontos de irradiação de um Reino que começa aqui e agora.

Um ano de luz e de luta, para que a Luz vença as trevas! 

2.DOMINGO DOS PRIMEIROS DISCÍPULOS
João 1,35-42

Coube a João Batista fazer a apresentação do “Cordeiro de Deus”, isto é, do Servo Solidário, que tomou sobre si o pecado e as mazelas todas do seu povo e de toda a humanidade, e deu sua vida por todo e todas, cumprindo a profecia de Isaías. ´

É uma das tantas “epifanias” de Jesus: João Batista cumpre sua missão de manifestar Jesus a seu povo, começando por seus discípulos.

E os seguidores de João se fazem espontaneamente discípulos de Jesus. Imediatamente, vão atrás de Jesus. Jesus os convida a conhecer sua casa, a gozar da sua intimidade. Deslumbrados, eles vão em busca dos outros: “Encontramos o Cristo!”. E a turma vai crescendo, por força da admiração e do testemunho.

A celebração de hoje, fazendo eco à Solenidade da Epifania, nos provoca a olharmos para a frente: um novo ano que se inicia, sob o signo do “Cordeiro de Deus”!…

  • Ao longo deste novo ano, como aprofundar nosso conhecimento e cultivar nossa intimidade com JESUS?…
  • Como contagiar nossos próximos, com essa experiência pessoal e profunda de Jesus, e com os valores do Reino anunciado por Ele?…
  • Os próprios acontecimentos que nos vêm surpreendendo e estarrecendo, em nível mundial e nacional, nos encontrarão suficientemente firmes em nossa relação de amor e fidelidade a Jesus?…
  • Seremos testemunhas do Reino, por Ele anunciado, onde os oprimidos e excluídos são prioridade absoluta?…

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“Tempo Comum”… “Tempo do Discipulado e da Missão”… E por que não “Tempo da Manifestação do Senhor”?…

 As pessoas mais informadas em matéria de “Liturgia” entenderão facilmente as razões desse questionamento: o 2º. Domingo do Tempo Comum e os que se seguirão ao longo do mês de janeiro bem que poderiam receber essa denominação de “Domingos do Tempo da Manifestação do Senhor”. Este é, de fato, o significado evidente e profundo do tempo que transcorre entre o Natal e a Festa da Apresentação do Senhor, dia 2 de fevereiro, antigamente denominado “Quadragésima de Epifania” (v. Diário de Egéria”).

É uma pena que a reforma do Concílio Vaticano II não tenha adotado denominação semelhante para estes domingos, embora o próprio Diretório das Leituras da Missa reconheça que, “com efeito, depois da Epifania se leem os inícios da pregação do Senhor, que combinam bem com o Batismo e as primeiras manifestações de Cristo” (OLM 105).

É uma pena, igualmente, que a Festa da Apresentação do Senhor, de tamanha importância histórica e tão rico significado litúrgico-teológico, fique relegada à coincidência com o domingo, para ser devidamente celebrada… Por que, por exemplo, não dar-lhe o mesmo tratamento que se deu à Solenidade da Assunção da Mãe do Senhor, e não celebrá-la, regularmente, como “Solenidade”, no primeiro domingo de fevereiro?…

Historicamente, assim evoluiu e se vivenciou, em saudoso passado, o “Ciclo do Natal”. E estes domingos, após as Festas do Natal, da Epifania e do Batismo do Senhor, celebrados como continuidade do processo espiritual por elas desencadeado, teriam tudo a ganhar em proveito espiritual, se assim fossem apresentados e vivenciados por nossas comunidades. 

3.DOMINGO DOS PRIMEIROS MISSIONÁRIOS
Marcos 1,14-20

 João Batista encerra sua missão. Seu testemunho é selado pela perseguição, pela prisão e, logo mais, pelo martírio. Porém, onde termina a missão de um profeta começa a de outro. Desta feita, porém, o Enviado é aquele que por todos os que o antecederam fora anunciado. Ele vem para completar e coroar a missão de todos eles e elas.

JESUS é o portador contundente da Boa Nova definitiva: o “Reino de Deus”! E esta Boa Nova, para ser acolhida exige mudanças profundas nas pessoas e, consequentemente, na sociedade. Mas Jesus precisa de gente que dê condições de amplitude e continuidade a sua missão.

O nosso canto, hoje, é de alegria e gratidão por termos sido chamados a ser “pescadores de gente”.

* * * * *

Estamos ainda nas primeiras semanas de um novo ano, que promete ser de grandes desafios para os Movimentos Sociais Populares, para as Comunidades Eclesiais de Base, para cada um e cada uma de nós, pessoalmente.

 Enquanto acontece, em Londrina, no Paraná, o 14º. Intereclesial das CEBs, em Porto Alegre, os Desembargadores da Justiça Federal, estarão julgando o Peão-Presidente, Luiz Inácio LULA da Silva, por um crime que não conseguem provar, tanto quanto o que foi alegado pra derrubar a Presidenta DILMA.  

 Como Classe Trabalhadora, e como discípulos/as e missionários/as de Jesus, nós das CEBs, será que temos alguma responsabilidade com o que acontece em Porto Alegre?… Seja qual for o resultado desse apressado e forjado julgamento, continuaremos investindo no sonho de um país livre da dominação do sistema capitalista e da corrupção dos que detêm os 3 Poderes da República?… Lutaremos por um   país que abra espaço à plena participação dos segmentos sociais, até hoje minimamente representados nas instâncias de poder (Mulheres, Negros, Indígenas, Trabalhadores/as)?… Lutaremos por um país que crie e garanta novas instâncias de participação direta da população nas decisões sobre os rumos da Coisa Pública?… Num ano de Copa do Mundo, conseguiremos vitórias da Classe Trabalhadora nas Eleições de 2018?… 

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CAMPANHA DA FRATERNIDADE À VISTA!

 Campanha da Fraternidade 2018
Objetivo geral:

 Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.

 Objetivos específicos:

 – Anunciar a Boa Nova da fraternidade e da paz, estimulando ações concretas que expressem a conversão e a reconciliação, no espírito quaresmal;

– Analisar as múltiplas forma de violência, especialmente as provocadas pelo tráfico de drogas, considerando suas causas e consequências na sociedade brasileira;

– Identificar o alcance da violência, nas realidades urbana e rural de nosso país, propondo caminhos de superação, a partir do diálogo, da misericórdia e da justiça, em sintonia com o Ensino Social da Igreja;

– Valorizar a família e a escola como espaços de convivência fraterna, de educação para a paz e de testemunho do amor e do perdão;

– Identificar, acompanhar e reivindicar políticas públicas para superação da desigualdade social e da violência;

– Estimular as comunidades cristãs, pastorais, associações religiosas e movimentos eclesiais ao compromisso com ações quem levem à superação da violência;

– Apoiar os centros de direitos humanos, comissões de justiça e paz, conselhos paritários de direitos e organizações da sociedade civil que trabalham para a superação da violência.
 (Texto base da C. da Fraternidade 2018, p. 14)
Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE. 
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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