Gerson F. Filho 15 de janeiro de 2018

[email protected]

O sol do meio dia
Vaza por entre nuvens espessas.
Umedecida de suor
A ocasião pressente o caos
De mais uma tarde urbana.
Reflexos gritantes
Ferem a paisagem aguda das edificações,
Onde corpos assimétricos trafegam
Ignorando o seu reflexo tosco
Que sombreia um encardido chão.
Uma alma por um argumento!
Uma vida desperdiçada.
A troca diária de sensações por valores.
E o contraditório aplicado nas sombras
Onde fingem e se enganam por acreditar
Na própria armadilha.
O som aziago do transito,
Motores que assim como os ruminantes
Engrossam o ar com seus alívios.
Uma acácia, por favor!
Onde foi parar minha sibipiruna
Que me protegia de tanto cinza?
Meu sangue não é gasolina!
Preciso de natureza,
Para ter certeza
Que essa brisa que me afaga,
Não é a descarga de um caminhão.
Será que ainda estou vivo?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]