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Quase todos os votos de ano novo expressam desejo de dias melhores. Pedem saúde, alegria e até compromisso com outro mundo possível. Desejos são desejos, mas a realidade da Amazônia não parece tão promissora. A disputa pelo território amazônico está muito desigual. O extrativismo predador, apoiado e financiado por um governo ilegítimo, está avançando impiedosamente, tratando os povos tradicionais como apenas obstáculos descartáveis.
Mesmo assim, algo de bom dá sinal de acontecer. Dentro de mais três semanas a Pan Amazônia estará recebendo a presença de um grande companheiro. Papa Francisco está chegando na cidade Maldonado, Peru bem vizinho de Cruzeiro do Sul no ACRE.
Nada mais promissor e abençoado do que esta visita do Papa Francisco à Amazônia. Ele é diferente de papas anteriores, pela sua ousadia e fidelidade ao compromisso com o projeto de Jesus Cristo. Não vem à Amazônia apenas para orar e celebrar missa. Vem também trazer a palavra profética em defesa da mãe natureza e dos direitos dos povos tradicionais da região.
Já a chegada dele em Maldonado será um grande apoio às lutas dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, povos das periferias das cidades e vilas, além de grande apoio aos movimentos populares que lutam em defesa da vida na região. Porém o milagre maior será se Papa Francisco decidir esticar sua visita à região do rio Tapajós. Afinal ele foi convidado pela Rede Eclesial Pan Amazônia, REPAM e pessoalmente pelo bispo da Prelazia de Itaituba.. Uma visita dele, mesmo que por uma hora apenas será um grade reforço para nossa luta contra as 43 hidroelétricas projetadas para a bacia do rio Tapajós. Sua palavra tem força planetária e para nós será um reforço extraordinário.
A vinda do Papa Francisco à Amazônia é a grande notícia do ano, se ele vier ao Tapajós será uma apoteose em nossa luta. Virá ou não? Deus sabe, e nós podemos solicitar a Deus esse milagre.
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.