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“Amigos, dizem que com a chegada da velhice, ou “melhor idade” como preferem alguns, a gente começa a perceber mais o quanto nos sentimos desajustados a cada novidade que aparece. Não temos mais a ligeireza necessária para acompanhar, especialmente nesta época de informações imediatas, todas as invenções, todas as modas, todas as “novidades” (ou não!) nas artes, enfim… a velhice é foda!

Na década de 1960, ainda se falava muito no filme de grande sucesso, Juventude Transviada, lançado nos cinemas poucos dias após a morte de seu astro James Dean, o sinônimo perfeito de “transviado”, a primeira palavra “trans” de que me lembro. Quanto ao filme só fui assisti-lo tempos depois, na época dos vídeocassetes. O transviado não seguia os padrões comportamentais vigentes, era um tipo perdido, extraviado, vagabundo ou perdido.

Outra palavra com o prefixo “trans” que passou a fazer parte da minha vida foi “transformação”, pois todos comentavam sobre as alterações físicas e psíquicas que ocorriam na adolescência.

Com o tempo e os avanços científicos, começaram a ser discutidos os alimentos transgênicos, e muito se discutiu se alimentos geneticamente modificados fariam ou não mal à saúde. O progresso venceu as resistências…

Ah! Teve também o “trans” de Transformers, aqueles famosos robôs alienígenas que se transformavam em veículos e até em máquinas de matar.

Na idade já adulta, tomei conhecimento de outro “trans”: os transformistas, que inclui as drag queens e não tenho certeza se os travestis também. Espantado de início, acabei me acostumando, como com todos os outros anteriormente citados. Afinal, a gente os via em todos os lugares, como teatros, cinemas, programas humorísticos e até mesmo na rua.

Aí me aparecem os “trans”sexuais! Puxa vida! Homens se transformando em mulheres; Roberta Close, belíssima, fazia o maior sucesso em todo lugar. Um jornal popular da época chegou a elegê-la como a mulher mais bela do Brasil! E o pior é que ela era (e ainda é) uma belíssima mulher!

E o tempo ia passando… mais recentemente me deparei com outro “trans”, o transexual! Confesso que andei com uma certa dificuldade para entender e, inclusive, para apreender as divisões existentes nessa palavra. Como sempre procurei não ser preconceituoso, fui aceitando as novidades e tentando me adequar a elas.

Agora surge, numa novela, o “trans”homem!!! Carvalho!!! E ainda por cima grávido!!! Quiquieufaço?!

Acho que estou ficando TRANStornado!”

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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