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Há duas manobras em curso para travar as investigações de combate à corrupção no país. De parte de membros do PT a tática é criminalizar todos os passos do Juiz Sérgio Moro, falível como qualquer um de nós, pois humano. Do outro lado, PSDB e PMDB articulam seus tentáculos sobre o Congresso, a mídia e o Judiciário (sobretudo STF) para travar as investigações que envolvem Temer e seus aliados, tratados como “quadrilha” pelo ex-Procurador Geral de Justiça, Rodrigo Janot.
A questões a se perguntar é:
– Houve corrupção na Petrobras? Na Eletrobras? Na Caixa Econômica? Nos Ministérios? Na administração pública em geral? Desde quando? Quais foram os corruptores? Quanto foi desviado? Qual a responsabilidade de gestores, empresários e partidos políticos nesses esquemas?
Feitas essas perguntas, percebe-se que as estratégias do PT, do PSDB, do PMDB e de outros são parecidas. Criticam aspectos das investigações para desqualificá-las. Uns acusam Sérgio Moro de partidarismo contra o PT. Outros, no PMDB e PSDB, de exagero no uso da figura das delações premiadas. Estranho é nenhum desses partidos se manifestar claramente contra a corrupção e pela investigação de seus próprios dirigentes e parlamentares. Nem PT, nem PMDB nem PSDB abriram até hoje uma só Comissão de Ética interna para investigar a responsabilidade de seus dirigentes e parlamentares ante os atos denunciados. Por que não fazem suas próprias investigações??
Por isso o país não pode virar correia de transmissão das estratégias de defesa do PT, do PMDB ou do PSDB e de seus ataque à Operação Lava Jato. Os equívocos da Lava Jato, do STF, de Sérgio Moro, do MPF ou da Polícia Federal devem ser denunciados publicamente, sobretudo ao CNJ.
Fora isso, não podemos aceitar que tais críticas tornem obscuras ou esquecidas as investigações contra a corrupção, atribuída aos parlamentares, aos empresários e dirigentes desses e de outros partidos.
Corrupção é crime público-privado, visa acumulação de riqueza, sob a forma de moeda e patrimônio, e de poder.Quanto mais alta a esfera de poder maiores os volumes de negócios feitos com o orçamento público.Maiores as chances e interesses da corrupção. Investigar isso é exigência legal e democrática, ética e cidadã. Tentar barrar ou dificultar as investigações por eventuais erros ou abusos dos investigadores, o que deve ser criticado no mérito, é manobra sórdida e criminosa dos corruptos e corruptores envolvidos. Cuidado, separe o joio do trigo e não se deixe enganar pelas estratégias dos denunciados. A corrupção mata, empobrece a sociedade e enfraquece a capacidade de investimento do estado para o bem da maioria da população do país.
Obs: O autor é professor e Mestrando em Educação na UFPE
Foi Deputado Federal 2003-2014.
Criador e 1º. Coordenador da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção (2004)
Na Câmara Federal foi autor da PEC 162, propondo o Plano Nacional de Desenvolvimento Urbano.