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Meus queridos amigos
Perguntam-me o que penso da distribuição de brinquedos, roupas e alimentos por ocasião do Natal. De saída, é bom lembrar que tudo o que se faz, de coração, por amor a Deus e amor ao próximo, Deus entende e abençoa. Quanto a saber o que seria melhor, tenho a confiança de dizer meu pensamento inteiro:
O ideal é que cada chefe de família ganhasse o suficiente para que ele mesmo pudesse preparar o Natal de sua casa. O ideal é que para todos, o Natal, antes de tudo e acima de tudo, seja Festa ao Menino Deus, ao Filho de Deus que se faz homem para nos salvar e nasceu em Belém de Judá, e foi adorado por Maria e José, e pelos pastores…
Mas o ideal, também, é que, ao recordar o nascimento de Cristo nossos olhos se abram para o Cristo vivo e presente, que está sendo esquecido, desprezado, oprimido… Mas o ideal, ainda, é que todos trabalhemos para que todo chefe de família ganhe o suficiente para que ele mesmo prepare o Natal de sua casa, com lembrança carinhosa para a esposa, para os filhos…

Como sabemos que o ideal fica longe da realidade, aparecem numerosas instituições com brindes de Natal. Se fosse possível organizar, com tempo, a lista dos que vão ser atendidos, como seria cristão, antes de Natal, entregar o mais discretamente possível, a cada chefe de família pobre, as lembrancinhas que ele mesmo distribuiria, com os seus, na noite de Natal!

Há quem pense que é desperdício pensar em brinquedos para crianças que estão sem alimento, sem roupa, sem saúde. Como esquecer que brincar para a criança é importante como comer?

Verdade, também, que precisa ser mantida, é que não basta, para Cristo, festejar o Natal, ser generoso como preparativo para 25 de dezembro e o ano todo nem pensar em quantos, em volta de nossa casa, não tem casa, não tem o que comer, não tem como vestir. Claro que, muitas vezes, não está em nossas mãos resolver o problema, mas que ao menos nossos olhos, nossos ouvidos, nossos corações se abram.

Todos juntos, poderemos repetir e fazer ouvir o clamor de nosso povo… Todos juntos, sem violência, dentro do Evangelho, podemos e devemos clamar por um mundo mais justo, como condição de paz.

Guardemos este pensamento: mais importante do que pensar em Cristo na manjedoura de Belém, é saber descobrir Cristo que nasce em mocambos ou debaixo de pontes em volta de nossas casas. (Quinta-feira, 12.12.1974)

Obs: Imagem e texto enviados pelo IDHEC – Instituto Dom Helder Camara
. Ver AUTORIZAÇÃO do IDHEC no item  OBRAS LITERÁRIAS.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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