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Você, como eu e todos os cidadãos e cidadãs que querem bem a este município e respeitam a mãe natureza, não podemos ficar indiferentes diante do que está acontecendo. Entre os cristãos, a omissão é um pecado muito grave; para os não religiosos, a indiferença é um crime contra a ética.

Santarém rural e urbana se tornou ultimamente uma arena em disputa pelo território. Dois tipos de pessoas estão neste conflito. De um lado, os empresários, apoiados pela maioria dos vereadores deste município. Do outro lado, os movimentos populares organizados, lutando pelo bem comum, tendo como aliados os ministérios públicos.

Depois que as audiências públicas ocorreram para atualizar o Plano diretor do município, as batalhas se intensificaram. A conclusão das audiências garantiram a permanência das Áreas de Proteção ambiental, as APAS. As principais são a do Maicá, a do Saúbal, a do Alter do Chão e a do Juá. Os empresários ficaram inconformados porque querem usar e abusar no uso do território, para aumentar seus lucros. Primeiro, a empresa laranja que pretende à força construir portos graneleiros na boca do lago do Maicá. É laranja, por que quer construir os portos e entregar para empresa estrangeira. É apoiada pelos sojeiros da região. O outro grupo composto por empresários da construção civil, querem eles a todo custo a liberação do uso do solo para construírem prédios de seis, dez e mais andares nas áreas balneárias de Alter do Chão, Ponta de Pedras, Carapanari e outras. Estes são apoiados por boa parte dos vereadores de Santarém, interesseiros. Não se preocupam com os sofrimentos dos moradores, que buscam a paz e não só o lucro a qualquer custo. Os insistentes interessados em destruir parte da APA Maicá, não revelam as consequências negativas para 450 pescadores que extraem pescado no lago do Maicá; não revelam os desastres com a proposta de construção de uma larga avenida cruzando nove bairros da periferia da cidade para transportar 800 carretas diariamente. Certamente aumentarão os números de acidentes, de prostituição e desemprego.

Do outro lado, estão os movimentos organizados de Alter do Chão e do Eixo Forte, os movimentos populares de Santarém e alguns universitários. Estes lutam pelo direito ao bem viver numa cidade mais humana, com mais direitos aos pedestres

Como durante as audiências públicas da atualização do Plano Diretor, a pressão popular fez prevalecer a defesa do solo para convivência humana, agora as batalhas estão na Câmara de Vereadores. Ali, está em jogo, o interesse de facilitar as ambições dos empresários, violando o novo Plano Diretor.

Já que foi aprovado por decisão democrática da sociedade civil, o dever dos vereadores seria apenas confirmar aquela decisão. Mas insistentemente querem modificar exatamente a lei do uso do solo, para atender os interesses dos empresários. Na semana passada, como os movimentos populares lotaram o plenário da Câmara, os vereadores não votaram o maldito projeto, alegando a ausência do autor do projeto, justamente um vereador empresário.  Possivelmente amanhã em nova sessão da Câmara será debatido o tal projeto e votado.

Daí a necessidade de todos os cidadãos e cidadãs que amam esta cidade e este município, comparecerem amanhã à tarde no plenário da Câmara para pressionar os vereadores a respeitar as decisões do plano diretor do município. Continua válido o ditado que diz: Povo unido jamais será vencido. Afinal, uma cidade existe primeiramente para ser habitada em convivência harmoniosa dos moradores. Não pode ser casa de mãe joana, onde quem tem dinheiro manda mais. Você concorda? Então não fique de fora, que a luta é de todos nós.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
 Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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