Na total escurídão, um homem sobrevive enclausurado em seu cubículo, onde a interação com o mundo exterior se dá apenas através de um minúsculo orifício, o qual projeta imagens invertidas e desfocadas sobre as superfícies de seus objetos e espaços.
Assim nos isolamos em universos particulares umbigocêntricos, entretidos e alienados, espiando a vida lá fora por meio de aparatos que de longe simulam as experiências reais, através de representações distorcidas nas quais nos inserimos e alicerçamos nossa cosmovisão.
Por vivermos nas trevas, sentimo-nos deslocados e inseguros ao encarar o mundo real, cuja luminosidade ofusca nossos frágeis olhos acostumados à penumbra. Por isso estamos de pernas para o ar, prontos para despencar de uma situação insustentável, referenciada naquilo que “aparenta ser”, e não no que “é” de fato.
Obs: Imagem enviada pelo autor