Ana Eliza Machado 15 de novembro de 2017

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Eles são muitos. Grandes, pequenos, gordos, magros, novos, velhos, interessantes, chatos, românticos, informados. De todos os gêneros e espécies. Tem para todos os gostos. E todos eles tem a mesma capacidade de se tornar seu melhor amigo.
Para mim, não há conforto maior chegar no meu quarto e os ouvir chamando, ali da estante. Alguns eu nunca li. Outros já li e reli tantas e tantas vezes. Alguns leio toda vez que tenho um problema. Outros eu li uma vez e bastou. Alguns eu guardo com carinho, por ter sido um grande companheiro.
Alguns deles tem fadas e gnomos. Outros tem personagens tão reais como você e eu. Alguns até contam histórias tão parecidas com a minha, que eu acho ali um conforto e um carinho gigantesco. É neles que acho grandes amigos.
Naquelas histórias de amor, de suspense, de terror, de dia-a-dia. Naquelas poesias tão bem construídas e aceitas. Naquelas palavras que me acolhem como se eu fosse mais uma história a ser contada.
Em dias de frio, de solidão, de calor, de alegria, de tristeza, de cansaço, de correria, dias de todos os jeitos. Haverá sempre um livro debaixo do braço, do travesseiro, na escrivaninha.
Porque dentro daquele universo fictício eu me encontro. Ali dentro eu sinto, dou risada, choro, sinto raiva, sinto alívio. Dentro dessa outra dimensão não há dúvidas de quem eu sou. Porque nele posso ser o que eu quiser. Ser poeta, ser bruxa, ser guerreira, ser amante, ser princesa.
Meu melhor amigo? Tenho tantos! E o principal deles, tem uma brochura velha, já. Páginas gastas de tanto ser viradas e reviradas. Tem algumas orelhas, algumas manchas. Meu melhor amigo tem alma de poeta. E tem minha alma presa ali também. 06.09.11

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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