Thiana Furtado 1 de outubro de 2017

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Em um mundo desolado tal qual estamos vivendo, às vezes me pergunto timidamente…
Por que essa tristeza incontida nas expressões que habitam meus olhos?
Por qual razão essa faísca ardente, que como um cisco em minhas vistas me desnorteia os sentidos?
Aqui, com meus botões, faço a mim essa pergunta cotidianamente e nessa incansável busca, desbravo algumas respostas pretensiosas… Com lágrimas seguras nos olhos, permito-me alcançar algumas nobres e retilíneas conclusões.
Penso cá comigo, que tal tristeza chega sorrateiramente, exalando ao derredor, tudo aquilo que vivi, mas que sobretudo fala sobre algo que não vivenciei ainda.
São sobremaneira, pelos passos lentos que estão submetidos alguns tipos de animais, que tanto sofrem nas mãos inescrupulosas de um número significativo de indivíduos.
É também pela violência que assombra as margens desse lago ensandecido chamado sociedade.
São pelos avanços lentos que inutilizam pessoas em plena juventude no inebriar de nuances cálidas em rostos suaves de pessoas que aguardam nas filas de hospitais sua sentença de vida ou a sentença de seu pulsar, aproximando-se de sua morte precoce…
O resto que nem sempre transpareço é alegria, é vital contemplação da natureza efêmera que escorre pelos meus dedos sutilmente, cada vez que tento petrificar os segundos sempre intemporais que me chegam sem maiores alardes.
É a vida que existe em mim que insiste em transbordar minha alma…
São todos os sonhos que ainda terei…
É por tudo aquilo que notoriamente teimo em insistir em não ver, só para me fazer mais feliz por numerosos segundos que brotarão feito borboletas enfeitando meu cintilante céu.
No mais, por tudo sofro, por tudo enluto, em uma incansável marcha que insiste em me colocar sempre pra frente.
E assim prosseguirei firme e terna na esperança de poder ver na criança que reside ao lado, uma extensão eterna de tudo aquilo que fielmente reflito a partir do que mantenho secretamente amalgamado dentro do meu segregado, virtuoso e indulgente coração.
Seguirei tranquila mantendo tenras esperanças de sobreviver em um mundo tão amargo, mas que expressa sublimemente toda glória comportada dentro de mim.
Viver é enaltecer os céus que habitam dentro de cada um de nós.
A criança que habita em mim sorri feliz para a criança que habita dentro do mais íntimo de você…
Saibamos nos deixar cativar, saibamos eternamente nos deixar acriançar…

A autora é escritora e analista da vida.
Procura apreender os sentimentos ocultos que permeiam a transitoriedade das relações.
Segue a vida de forma leve, fazendo o que mais gosta, que é escrever.
Deseja a todos que sigam sempre em linha reta, tendo a convicção de que embora a vida muitas vezes os derrube, o amor será a chave que abrirá as portas e janelas de suas almas, fazendo o sol brotar nas mediações do horizonte que perfazem tudo que é seu, com a inteireza e integridade de dias lindos que estarão prontos para chegar e lhes acompanhar com todo amor que existe dentro e fora de suas vertentes mais íntegras.

Thiana Furtado Escritora | Facebook
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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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