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Parece oportuno esclarecer a distinção entre algumas instituições eclesiásticas, distintas, mas muito ligadas entre si e que com frequência são confundidas, principalmente pelos jornalistas.

A Igreja Católica, na qual subsiste a Igreja de Cristo, como ensinou o Concílio Vaticano II, é constituída pelos fiéis cristãos batizados do mundo inteiro e organizada como sociedade visível, governada pelo Sucessor de Pedro, o Papa, e os bispos em comunhão com ele.

A Santa Sé, ou Sé Apostólica,  é o órgão supremo de governo da Igreja Católica, que a representa na esfera das relações internacionais e diante dos estados e governos civis. Mantem delegações junto aos governos e órgãos internacionais, os Núncios Apostólicos e recebe embaixadores.

O Estado da Cidade do Vaticano, ou simplesmente Vaticano, é o território onde se localizava a residência do Papa. Hoje,  com o Papa Francisco, transferida para a Casa Santa Marta, que é um hotel vizinho à Praça de São Pedro. Abrange:  a patriarcal Basílica de São Pedro com sua imensa praça e algumas estruturas e serviços da Santa Sé, como a Poliglota Vaticana, a redação e impressora do L´Osservatore Romano, a paróquia de Santana e outros. Mede menos de um quilômetro quadrado, exatamente 0,44 km ² e é menor que o terreno reservado do Santuário de Aparecida,  em São Paulo.  Foi criado pelo Tratado de Latrão, entre o governo italiano e a Santa Sé, chamados Pactos Lateranenses, em 11 de fevereiro de 1929, como Estado independente. Goza de exclusiva soberania, com o privilégio da extraterritorialidade dentro da cidade de Roma. Tem serviço de correios, confere cidadania, atualmente a cerca de 400 pessoas, incluindo  aí os Cardeais. É sujeito de direito público internacional, sendo representado nas relações internacionais pela Santa Sé, da qual se distingue. Com freqüência, os jornalistas confundem Vaticano com Igreja Católica ou Santa Sé.

A Cúria Romana é o complexo das instituições presididas pelo Sumo Pontífice que servem à Igreja. É  composta da Secretaria de Estado, congregações ou dicastérios romanos, os conselhos pontifícios, os três supremos tribunais eclesiásticos  (Penitenciaria Apostólica, Signatura Apostólica e Rota Romana) e de outros departamentos, organismos e comissões.

 Há ainda as instituições vinculadas à Santa Sé, como o Arquivo Vaticano, a Biblioteca  Apostólica, os Museus Vaticanos, a Tipografia Poliglota, a Livraria Editora, a Rádio Vaticana e o Centro Televisivo.

Podemos acrescentar aqui a Casa Pontifícia, que, pelo menos até o último pontificado, cuidava das audiências, programadas para receber os bispos nas visitas chamadas “ad limina” e outras audiências a grupos ou personalidades; cuidava ainda das viagens programadas pelo Sumo Pontífice, suas  refeições e seu vestuário.

Todos esses são serviços e organismos, que podem mudar pelo evoluir dos tempos, as vicissitudes humanas e as contingências históricas. Permanece viva pelos séculos a Igreja de Jesus, santa e pecadora, mas vivificada pela força do Espírito, portadora  da graça e da santidade, que seu Divino Esposo incessantemente lhe comunica para santificação do mundo pelos séculos sem fim.

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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