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DOS PUBLICANOS E DAS PROSTITUTAS (Ez 18,25-28 / Mt 21,28-32)
Quem não conhece alguma história surpreendente, de momentos decisivos, em que ninguém se dispôs a fazer alguma coisa, todos ficaram de braços encruzados, sequer quiseram ver o que se passava, e eis que, de repente, aparece alguém que se lança desprendidamente ao encontro de quem precisa, correndo risco de vida quem é socorrido e quem socorre?…
E era gente de quem menos se esperava um tal gesto, uma tal iniciativa.
O Ressuscitado nos convida hoje a celebrar o amor que aposta, até o fim, nas reservas de bondade escondidas no coração de todo e qualquer ser humano.
Afinal, não há ninguém tão bom, que não tenha defeito, nem tão ruim que não tenha algo de bom.
Muitas vezes, é só questão de oportunidade e, não raro, “as aparências enganam”.
E o nosso canto hoje celebrará as finezas do coração de Cristo, bem como suas repercussões em nossos corações…
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Fazemos parte de uma sociedade organizada na base de pelo menos 5 preconceitos:
– o de Classe: “vale quem tem”… “Uns
nasceram pra sela e outros pra
cangalha”… “Essa gentinha!”…
– o de Gênero: “no homem nada pega”…
mulher: “sexo frágil”…
– o de Cor: “aquele, sim, é um preto de
alma branca!”…
– o de Religião: “é uma pessoa boa, mas,
infelizmente, não aceitou Jesus!”… “eu não quero assunto com esse povo de terreiro!…”
– o de Opção Sexual: “frango e sapatão,
aqui não tem vez não!”… “Isso é doença,
tem que se tratar!”…
E o pior é que as próprias pessoas discrimina-das, muitas vezes, se assumem como inferiores, acham que é isso mesmo, dão razão a quem pensa e trata os outros desse jeito, e até tratam outras pessoas do mesmo jeito…
Quanta injustiça, quanta humilhação, quanta solidão! Essas pessoas são “prioridade” no Reino anunciado por JESUS.
E nós somos chamados e enviados, chamadas e enviadas, por Ele, como Testemunhas desse Reino!
Antes de tudo, porém, revisarmos o nosso coti-diano, nossa convivência de todo dia…
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O Concílio Vaticano II, no último e mais importante dos seus documentos, a Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo (07/12/1965) declara:
É plenamente conforme a natureza do ser humano que se encontrem estruturas jurídico-políticas nas quais todos os cidadãos e cidadãs tenham a possibilidade efetiva de participar livre e ativamente, de modo cada vez mais perfeito e sem qualquer discriminação, tanto no estabelecimento das bases da comunidade política, como na gestão da coisa pública e na determinação do campo e fim das várias instituições e na escolha dos governantes. Todos os cidadãos e cidadãs se lembrem, portanto, do direito e simultaneamente do dever que têm de fazer uso do seu voto livre em vista da promoção do bem comum. A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço da humanidade. (… …)
Todos os cristãos e cristãs tenham consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política; por ela são obrigados a dar exemplo de sentida responsabilidade e dedicação pelo bem comum, de maneira a mostrarem também com fatos como se harmonizam a autoridade e a liberdade, a iniciativa pessoal e a solidariedade do inteiro corpo social, a oportuna unidade com a proveitosa diversidade. Reconheçam as legítimas opiniões, divergentes entre si, acerca da organização da ordem temporal e respeitem os cidadãos e grupos que as defendem honestamente. Os partidos políticos devem promover o que julgam ser exigido pelo bem comum, sem que jamais seja lícito antepor o próprio interesse ao bem comum (Gaudium et Spes 75).
Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE.
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965).