[email protected]
https://blogdopadresena.wordpress.com

Dia da Amazônia, proclamam uns, Semana da Pátria rufam os tambores e marcham nas ruas crianças ingênuas e jovens garbosos sem saber exatamente o que é a pátria. Mas chegou setembro, diretoras e professoras animadas ou não, botam seus alunos fardados nas ruas a um calor de 35 graus e sol escaldante. Na sombra do palanque oficial, autoridades nem sempre lideranças populares, perfilam fazendo de conta que estamos numa democracia exemplar, de Ordem e Progresso. Todos comemoram o quê? Fazem memória de quê? Eis a questão.

Dizem alguns historiadores, que o grito do Ipiranga não foi um ato de bravura com apoio popular. Foi sim pressão de uma elite sobre o imperador, com receio de voltarem a ser escravos de Portugal. Já a declaração da república foi outra pressão de elites políticas que para se manter no poder expulsaram o imperador. De lá para cá a Res pública continuou a ser a panela de elites, ora militares, ora latifundiários, ora banqueiros, ora como hoje, uma associação de Ali Babá.

Hoje a pátria amada chega ao mais fundo do poço da desigualdade social, com 14 milhões de desempregados, universidades ameaçadas de fechar por falta de recursos, juízes, deputados e senadores ganhando renda de mais de 40 mil reais por mês, povo sem mais esperança de se aposentar depois da lei da previdência. e também, um presidente ilegítimo acuado e ameaçado de cair do cargo. A pátria continua sendo de ordem para estudantes, professores, subserviência de trabalhadores e, Progresso para as elites dominantes. Um procurador da república aposentado disse que “uma economia, um direito, uma lei, uma política indiferentes à ética, só podem gerar maus efeitos. A sociedade brasileira está cada vez mais perplexa, diante da profunda crise ética, que tem levado a decisões políticas e econômicas, sem a participação da sociedade, agravando a situações de exclusão”.

Como cantar louvores à pátria, que pátria?

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
 Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]