1 de setembro de 2017
(Apontamentos sobre a atual conjuntura)
A. OFENSIVA DO CAPITAL
Nem pessimismo, nem otimismo – realismo
- O impeachment parece ter sido a tática onde alguém aceita fazer o jogo sujo para facilitar a estratégia do império do capital. Logo deve aparecer alguém “apolítico” para assumir o comando.
- Após 1989, um dono de TV falou, em reunião: admiro a trajetória de vocês, mas estavam indo longe demais, aí, inventamos o “caçador de marajás”, enquanto preparávamos o “professor”.
- “Cerco e aniquilamento” é uma estratégia da classe dominante, em determinada conjuntura, com intenção de destruir política, econômica, moral e fisicamente a classe oponente.
- Encurralamento e extermínio, se faz por mecanismos econômicos, ideológicos, policiais e jurídicos, quando uma classe tem força de impor sua hegemonia, diante da debilidade da classe opositora.
- Na América Latina, na prolongada crise econômica, ambiental, ideológica e geopolítica, o capital imperialista voraz, cerca quem é estorvo ao objetivo de recuperar suas altas taxas de lucro.
- A direita no Brasil avançou sobre o campo Popular por infiltração, cooptação, criminalização e eliminação com parte da esquerda dirigente rendida à visão eleitoreira e a conciliação de classe.
- Adotou a tática de sangrar e desgastar e demonizar a esquerda com denúncias de corrupção, prisões, impeachment, golpe… e usou o congresso, judiciário, a mídia e o fundamentalismo.
- O império alcançou parte de seu objetivo. Destruiu base popular, desanimou militantes, perseguiu e prendeu quadros, dispersou direções e, mantém a maioria do povo iludida, sob seu controle.
- Impôs sua pauta: privatizar bens naturais, instalar-se no Estado para baixar o custo do trabalho e reprimir a resistência. Na hora de repartir o butim, se dá ao luxo de dar golpe dentro do golpe.
B. A CONTRAOFENSIVA POPULAR
“Soldados feridos de uma causa invencível” P. Casaldáliga
- Romper o cerco e aniquilamento não tem saída próxima. Sua construção exige profunda crítica e autocrítica, sair da agenda eleitoral e resgatar o sonho de uma nova ordem social.
- O resgate da utopia, formulado no Projeto de País e expresso em um Programa que junte a classe explorada, pode reagrupar a militância dispersa e animá-la a ousar uma estratégia de poder.
- Essa longa e difícil tarefa de retomar a trajetória de independência de classe precisa restabelecer a histórica aliança com o Povo e envolver esse próprio povo na disputa de projeto pela:
- Inserção na classe (fábrica, periferia, campo) para Trabalho de Base, com perspectiva de mudança estrutural;
- Priorização de exemplos capazes de irradiar-se com criatividade adequada a regiões, grupos e ritmos.
- Aposta em atores que travam o capital – a força potencial, tornada força real capaz de parar a produção.
- Nucleação de pessoas, selecionadas pela confiança, dispostas a fermentar a multidão, a massividade organizada.
- Ligação da luta e conquista com consciência e organização, a partir da porta imediata que o povo oferece.
- Uma tarefa indispensável é criar uma referência coletiva de massa que aglutine iniciativas populares e vise a Ferramenta Estratégica para coordenar as revoltas.
- A unidade da esquerda, além de mágoas, personalismos, sectarismos, vaidades. A unidade na luta, deve crescer na unidade política e ideológica para fazer frente a:
- Reformas com taxação, perda de direitos – saúde, emprego, previdência.
- Privatização dos bens naturais, da consciência, da soberania nacional.
- Crescimento para multinacionais, elite nacional…. e nada para o povo.
- Necessária Solidariedade contra a repressão, a criminalização…. (Outubro de 2016)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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