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Correr faz parte das minhas práticas semanais, de 4 a 5 vezes por semana encharco o corpo de suor, é uma sensação deliciosa, só quem corre sabe o que é isso. Já encarei 12 maratonas e uma ultra-maratona, dor no corpo inteiro, alegria pra todos os lados, só quem corre maratonas sabe o que é isso…

Além dos benefícios e dos problemas físicos que a corrida gera, há também outro ganho pois enquanto corro, penso, questiono, choro, morro de saudades, alimento a esperança, faço planos, crio reflexões, entre outras coisas que não cabem aqui. As pernas trabalham e o coração também. Essa parceira de esforço (corpo+mente+coração) tornam o correr um processo terapêutico para o qual dou contornos metafóricos:

Corro dos meus problemas, mas penso e lembro que essa corrida não faz sentido, não tem linha de chegada, então volto correndo para resolvê-los. Corro sonhando e volto correndo para tentar torná-los realidade. Corro de medo, mas lembro que a coragem está aí para ser usada então corro em direção a ela. Corro para disfarçar meus defeitos, mas lembro que sou minha melhor versão e volto correndo para aprender com meus erros e viver em paz a minha ambiguidade.

Às vezes corro pra longe de mim, um esforço maluco de achar que a velocidade física pode gerar uma separação emocional, então lembro que sou um universo complexo de sentimentos, emoções, alegrias e tristezas, nesse momento paro de correr e faço as pazes comigo mesmo. Quem treina sabe, o “day off” é tão importante quanto os dias de corrida, então não deixe de parar e questionar para aonde essa corrida vai te levar.

Por que gosto tanto de correr? Porque a corrida sempre me leva pra casa, abro a porta e encontro as três pessoas que me buscam quando me perco nas ruas da existência, as pessoas que cuidam das dores quando corro além da conta, as pessoas que sempre estão na calçada gritando meu nome, acreditando que eu vou completar a prova.

A corrida me leva de volta pra vida, pra minha vida.