D. Edvaldo G. Amaral 15 de setembro de 2017

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Tudo pode nos acontecer na vida. Tudo pode não nos acontecer na vida. Mas uma coisa é certa e vai nos acontecer: é o término de nossa vida terrestre, é a Morte.

Mas já os romanos diziam: Non omnis moriar – “não morrerei de todo”. O velho Sócrates, um dos pais da filosofia grega, que viveu no quinto  século antes de Cristo, condenado à morte como “corruptor da juventude”, na verdade, grande mestre das novas gerações gregas de Atenas, disse a um de seus discípulos que lhe oferecia oportunidade de fuga para escapar da morte: “Não, eles não vão matar Sócrates!  Eles vão com a cicuta matar somente o corpo de Sócrates, mas sua alma permanecerá para  sempre…” Assim, a filosofia grega, tantos séculos antes de Cristo, já ensinava a imortalidade da alma.

 E nós, cristãos, como encaramos a morte?  Será que nossa fé é forte e suficiente bastante, para encarar a realidade do fim de nossa vida terrena?  O atravessar do túnel sombrio e misterioso, que nos leva para a vida que não tem fim?

É o salto para os braços do Pai…

Há uma historinha – que já contei em algumas cerimônias fúnebres e é a seguinte: “Um incêndio terrível devorava  os andares de um prédio de apartamentos em São Paulo.  Um garoto ficara sozinho no 2º andar e da janela pedia socorro, porque as chamas já se avizinhavam de seu apartamento. Não era possível subir até ele, porque o fogo devorava todo o andar térreo, onde começara e o 1º andar. E  já começava no  2º, onde estava o garoto, implorando ajuda. Os bombeiros – como é de costume – estenderam uma lona, sustentada por eles nas quatro pontas e suplicavam  ao garoto que pulasse da janela para a lona. Não havia meio de o menino ter coragem de saltar para a lona. Até que alguém correu, para avisar ao pai da criança, que trabalhava ali perto, que sua casa estava em chamas e seu filho, na janela, não queria saltar para a lona dos bombeiros. O pai correu apressadamente e, junto à lona, gritou desesperadamente: “Meu filho, salte! salte meu filho!…” E o garoto saltou  PARA OS BRAÇOS  DO  PAI!!!”

 Assim, deve ser a morte do cristão: Um salto para os braços de nosso Pai, que é o Deus da misericórdia…
Peço a Deus todos os dias – que “Jesus , José e Maria, me assistam na última agonia, que expire em paz entre vós a minha alma”…

(Texto retirado de “Novas Memória Salesianas de um Velho Arcebispo”)

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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