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Tudo pode nos acontecer na vida. Tudo pode não nos acontecer na vida. Mas uma coisa é certa e vai nos acontecer: é o término de nossa vida terrestre, é a Morte.
Mas já os romanos diziam: Non omnis moriar – “não morrerei de todo”. O velho Sócrates, um dos pais da filosofia grega, que viveu no quinto século antes de Cristo, condenado à morte como “corruptor da juventude”, na verdade, grande mestre das novas gerações gregas de Atenas, disse a um de seus discípulos que lhe oferecia oportunidade de fuga para escapar da morte: “Não, eles não vão matar Sócrates! Eles vão com a cicuta matar somente o corpo de Sócrates, mas sua alma permanecerá para sempre…” Assim, a filosofia grega, tantos séculos antes de Cristo, já ensinava a imortalidade da alma.
E nós, cristãos, como encaramos a morte? Será que nossa fé é forte e suficiente bastante, para encarar a realidade do fim de nossa vida terrena? O atravessar do túnel sombrio e misterioso, que nos leva para a vida que não tem fim?
É o salto para os braços do Pai…
Há uma historinha – que já contei em algumas cerimônias fúnebres e é a seguinte: “Um incêndio terrível devorava os andares de um prédio de apartamentos em São Paulo. Um garoto ficara sozinho no 2º andar e da janela pedia socorro, porque as chamas já se avizinhavam de seu apartamento. Não era possível subir até ele, porque o fogo devorava todo o andar térreo, onde começara e o 1º andar. E já começava no 2º, onde estava o garoto, implorando ajuda. Os bombeiros – como é de costume – estenderam uma lona, sustentada por eles nas quatro pontas e suplicavam ao garoto que pulasse da janela para a lona. Não havia meio de o menino ter coragem de saltar para a lona. Até que alguém correu, para avisar ao pai da criança, que trabalhava ali perto, que sua casa estava em chamas e seu filho, na janela, não queria saltar para a lona dos bombeiros. O pai correu apressadamente e, junto à lona, gritou desesperadamente: “Meu filho, salte! salte meu filho!…” E o garoto saltou PARA OS BRAÇOS DO PAI!!!”
Assim, deve ser a morte do cristão: Um salto para os braços de nosso Pai, que é o Deus da misericórdia…
Peço a Deus todos os dias – que “Jesus , José e Maria, me assistam na última agonia, que expire em paz entre vós a minha alma”…
(Texto retirado de “Novas Memória Salesianas de um Velho Arcebispo”)
Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.