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Na verborragia ignara das massas,
caudalosa sob a torrente da mass media
acachapante e uniformizante,
produtora dos dejetos imagéticos do Século XXI,
reinam o ego, a apatia e a alienação.
Pessoas cheias de tudo, mas rasas de si,
deitam opiniões, dicas, truques,
macetes e o caralho à quatro
nas redes ditas sociais.
Enquanto sequer sabem
por que seus músculos e peles
ainda teimam em se agarrar ao esqueleto.
Essa teia líquida que tudo absorve,
espuma flutuante acima do caos e da ordem
e que impera sobre nós.
Onde o poeta num tempo desses?
Em que tudo já foi dito e continua sendo
triturado, ralado, dirimido nas telas frias
dos aparelhos de anticomunicação.
Onde o escritor?
Num mundo em que a realidade
supera toda e qualquer ficção,
casos e mais casos, trágicos,
ridículos, doentes, febris
em que a vida nunca imita a arte.
Quais palavras não foram ditas
nesse plano intergalático de redes e meios
de antimensagens, solidão e desespero?
Sou desescritor.
Sou antipoeta.
Sou o livro.
E só, agonizo.