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Compreender a comunicação depende de quem expressa e de quem recebe. De quem expressa, para quem comunica, o que vai por trás da informação. Quem recebe precisa estar atento para interpretar criticamente o que recebe. Hoje mais do que antes predomina a comunicação que intenciona vender ideias, fatos para convencer o interlocutor da sua verdade. Aliás hoje falam de pós verdade, traduzindo este tipo de comunicação.

Por exemplo, o termo sociedade. Outro dia, um porta voz do empresariado regional, tentando justificar o que ele crer ser necessário trazer mais empresas e negócios para a região, dizia – “é preciso trazer empresas, de portos, de construção de prédios para gerar emprego e renda. A sociedade compreende essa necessidade, apenas uma minoria contra o desenvolvimento é contra.” Para o porta voz Sociedade significa empresários, políticos e moradores desinformados e carentes de emprego e renda aplaudem promessas de empresas anunciadas. Enquanto o termo minoria, para ele significa que conhecendo os impactos negativos e irreversíveis para a população, resistem aos projetos propostos pelos políticos de plantão que aceitam a pos verdade dos oportunistas.

O significado mais objetivo do termo sociedade inclui todos os moradores de uma região, cidade, ou bairro. Tanto os que são patrões como os que são empregados e trabalhadores autônomos. Mas para políticos oportunistas, ou demagogos e associações empresariais, fazem de conta que crescimento econômico seja desenvolvimento. Alguém já ouviu essa forma de comunicação em seu Estado, ou município? Em Manaus há uma zona franca e dois milhões e meio de habitantes. Quantos moradores da sociedade manauara usufruem da presença da zona franca? Hidroelétricas de Jirau e Santo Antônio em Rondônia, quanto desenvolvimento trouxe para os moradores de Porto Velho?

E assim por diante, Belo Monte em Altamira, mineradoras em vários estados da Amazônia, quanto geram de melhoria de qualidade de vida para maioria dos moradores?

Eis porque é necessário se ter cuidado ao escutar certas explicações de porta vozes de políticos e empresários.(21.06.17)

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
 Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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