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De meus tempos de ginasiano para cá, já presenciei três reformas do ensino pré-universitário do Brasil. Quando comecei o ginásio, o sistema escolar era: jardim da Infância, curso ginasial e curso colegial, dividido em científico e clássico; esse último ainda distribuído em clássico com grego e clássico sem grego. Depois veio a reforma em 1º e 2º graus; e finalmente, o sistema atual: fundamental I, fundamental II e ensino médio.

Temos agora a Nova Base curricular do Ministério de Educação e Cultura. E quais são as novidades? Não são poucas, nem sem relevância. Vejamos o que informa revista de circulação nacional. Meta: a nova base curricular define o que ensinar, matéria por matéria, ano por ano, diversamente do sistema atual, em que cada escola ou rede pública decide o que vai ensinar ao aluno. Os livros didáticos deverão ser reformados para atingir as novas metas propostas. As faculdades de pedagogia devem preparar professores para atingir as metas de ensino, já bem definidas. A alfabetização deve ocorrer no fim do 2º ano de escola e não no fim do 3º, como agora. O ensino da matemática, estatística e probabilidade, já aparece desde o 1º ano e não no 4º, como agora. O ensino do inglês é obrigatório e qualquer outra língua estrangeira é opcional.

Como resultados positivos, pode-se ver desde já, que os pais podem melhor avaliar o desempenho da escola e o aproveitamento dos filhos e cobrar da escola a efetivação do processo didático; as faculdades de pedagogia deverão preparar professores para atingir as metas do ensino, que estão bem definidas.

Fica a pergunta: e nossas escolas, sejam públicas ou particulares, estão preparadas e equipadas para reforma tão radical?

Tenho sempre a convicção de que o professor na sala de aula é quem faz o ensino. A verdadeira reforma só ele a fará, ou ela não será feita. Não acredito nas salas de aula atuais, climatizadas, em que os alunos agasalhados, queixam-se do “muito frio” na sala de aula, nas quais, os professores, de portas fechadas, sem nenhuma fiscalização,  “enrolam a aula”, como dizem os jovens, e no final, passam um filme “para ilustrar”, dizem eles, a matéria escolar, que nem foi devidamente explicada…

O professor,  creio eu, é o verdadeiro reformador do sistema escolar. Em suas mãos e por sua decisão, qualquer sistema será eficaz ou nulo.

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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