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Se você está viajando pela primeira vez para algum país é preciso fazer algumas pesquisas e procurar entender como as pessoas de outros lugares vivem, quais seus costumes, suas alimentações, entre outros aspectos. Em uma longa temporada na Europa e Inglaterra nas férias de 2016, experimentei um gostinho amargo de passar vergonha em praça pública.

Caminhando por uma Praça em Londres, repleta de “cabaninhas” vendendo comidas típicas, maravilhosos doces artesanais, o céu de Londres brilhava naquele dia, o passeio estava simplesmente maravilhoso até quando resolvi tirar minha câmera de dentro da mochila que carregava no momento. O conjunto que aquela praça trazia naquele instante, despertou em mim um turbilhão de sentimentos positivos, as cores, as flores, várias famílias reunidas e curtindo um dia de sol, me deu a vontade de registrar aquele momento e enviar para a família que estava no Brasil. Pois bem, nesse meio tempo, avistei uma senhora toda equipada com uma bola de cristal, concentrada e que me parecia empenhada no que fazia naquele momento, ao seu lado tinha uma placa que informava que para ler a mão estava na promoção, não passava de um pound.

Aquela cena me deixou perplexo, mas não tanto, pois sempre soube que Londres é uma mistura cultural. Confesso que essa senhora e eu, estávamos distantes, mas de longe a avistei, e pelo visto ela havia me avistado também, como não sei, pois estava com os olhos fechados. O ir e vir das pessoas me animou ainda mais, liguei a câmera e tirei uma foto, mas tive a infelicidade de apontar para o rumo da Cartomante ou quiromante, não sei como chamam as pessoas que leem sorte ou coisa do tipo. Em menos de cinco segundos, a bendita senhora que estava de olho fechado atendendo suas clientes, levantou da sua mesa, começou a gritar enlouquecidamente, o pior de tudo, em inglês CLARO, veio correndo para o meu rumo, ela sentia muito ódio no momento.

Estávamos em três pessoas nessa hora, nunca corri tanto na minha vida, olhava para trás, a senhora estava com todo o pique atrás de mim, a intenção dela era correr até me pegar, juro que eu estava com a boca branca, pressão alta e adrenalina a mil. Pensei comigo que seria melhor eu me render, pois as pessoas que passavam naquele momento, podiam pensar que eu havia roubado alguma coisa, poderia haver um policial no momento, e eu não saberia explicar o que realmente tinha acontecido, porque não entendi o motivo de tanta ira da mulher. As três pessoas que estavam comigo correram também, até que resolvemos parar e escutar o que ela tinha pra nos dizer. A primeira reação dela foi literalmente avançar na minha câmera, que ainda estava na minha mão, e gritava sem parar, palavras de baixo calão.

Quando olhei em volta praticamente todo mundo da praça escutava e analisava atentamente aquela situação.  Ela tentava apagar a foto de todo jeito, deixou a máquina cair, em tempo de quebrar. Um amigo que fala inglês fluentemente se sentiu humilhado com aquela situação e começou a falar com a senhora da mesma altura que ela falava conosco, começou ai uma verdadeira confusão em praça pública. Fiquei tão estressado com aquela situação, que o meu curso de inglês que fiz durante cinco anos não me serviu de nada, a adrenalina não me deixou entender o que ela falava e eu não conseguia responde-la. Ela nos ameaçava, esperneava e a impressão era que iria nos dar um golpe fatal, pegou a câmera mais uma vez e apagou a foto, ACHOU que tivesse apagado, deu mais um grito e saiu de perto, graças a DEUS.

Saímos da praça com os “rabinhos” entre as pernas, humilhados e pálidos com o ocorrido. Sentados no metro, voltando para o Pimplico, bairro que ficamos hospedados, demos uma verdadeira crise de riso em pensar como reagimos  e lidamos com aquela situação. Ao ligar a câmera, pude ver que a foto dela ainda estava na camera e então pensei  “vou mandar para a família no Brasil”, desci do metrô e procurava uma rede para conectar a internet, até que consegui, quando fui mandar a foto, cadê? A foto não existia mais na máquina e nem na lixeira, uma vez que as fotos tiraram costumam cair na lixeira. Quanto poder que essa senhora tinha!

Depois desse dia, procuramos a pesquisar como era a vida e crença dos próximos lugares que passaríamos naquele mês, tentamos entender o motivo, algumas pessoas nos falaram que ela poderia ter achado que éramos jornalista e faríamos uma denúncia de charlatanismo ou algo do tipo. Foi uma lição!

Obs:  O autor é estudante de Relações Internacionais e Jornalismo, Uberlândia-MG
Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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