elza fraga 15 de junho de 2017

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Só me restou seguir

não tinha seta de
“retroceda por favor
duas esquinas,
dona menina,”
e fui, e vou, e sigo,

e consigo ser
cada vez mais
pior que fui, que sou,
que vou conseguir ser
talvez quem sabe
ainda um dia
na projeção de como
poderia,
num insucesso de mim,
estar no fim,

desorientada
me tropeço
pelos medos,
as pedras
do insólito caminho
me cortam os dedos,
uma a uma armadas,
armadilhadas
desde cedo,
colocadas
como espinhos,

sei muito bem
que só o seu carinho
cura e conserta
cada ralada
melhor que o vinho,
mas sei também
que não se vende mais
em nenhuma drogaria
aberta
nessa droga de vida
hoje deserta,

então
nem me cuido
injeto seringa cheia
de ódio na veia,
paliativo
que finge
adormecer a dor
qual curativo,

única droga
que ainda
me aquieta
e deixa o sangue
vivo,
entre todas as drogas
inconfessas,

que a nossa história
sem começo, sem fim,
sem pé e sem cabeça,
já é a minha droga
predileta
entre as agruras,

que enfim, no fundo,
tudo é mesmo droga
que se mistura…

droga de mundo
droga de mim!

Obs: Imagem enviada pela autora

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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