Dênis Athanázio 15 de junho de 2017

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Para alguns é super fácil, mas para outros, terrivelmente difícil. Todo ser humano tem habilidades e dificuldades físicas, emocionais e cognitivas. Quem me vir fazendo qualquer tipo de cálculo pensará que nunca fui à escola em toda a minha vida.

Concordo com o poeta Drummond: “Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo”. Todos nós temos nossas guerras interiores recheadas de campo minado, armaduras e armas potentes. Foi guerreando e descobrindo minhas fraquezas, neuroses e fracassos que comecei a perceber a dor do outro e a minha.

Quem julga demais, enxerga suas neuroses de menos. Quanto mais consciência de nós mesmos e de nossas contradições, tendemos a ser mais humildes, pois percebemos que também não somos “lá grande coisa”.

Há muitos anos, quando eu ainda era pequeno, minha família fez uma viagem à praia, no melhor estilo farofeiro. No mar comecei a tentar nadar, lutando para não me afogar, foi quando meu tio me pegou pelo braço e me colocou de pé. Eu estava no raso e não havia percebido. De vez em quando, precisamos de pessoas ao nosso lado que nos auxiliem a “ler” a vida quando estamos com a visão turva. Elas podem nos pegar pelo braço ou ser uma muleta provisória para nos manter em pé. Podem também clarear nossas ideias, mostrando que estamos exagerando ao sofrer demais por determinado problema e que, inclusive, já é hora de enterrar a questão que está literalmente nos consumindo por dentro e por fora.

Por outro lado, em alguns momentos, precisamos do outro para nos alertar que, sem perceber, estamos dançando embriagados na borda de um penhasco, achando que não corremos risco nenhum de cair. É quando a nossa vida não está sendo levada com responsabilidade e ainda estamos afetando muitos ao nosso redor negativamente.

Não podemos viver só da palavra do outro, mas isso não quer dizer que o outro não tenha nada a nos dizer. A maioria das coisas que aprendi na vida foi no silêncio, praticando, lendo e escutando. Inclusive na profissão que escolhi, uso muito mais meus ouvidos do que minha boca.

Para enfrentarmos nossas guerras interiores precisamos, sim, de amigos, familiares e de profissionais das mais diversas áreas para nos assistir. Basta termos ouvidos atentos e humildade para reconhecermos nossas limitações e entendermos que nenhuma guerra se trava sozinho.

Obs:  O autor é Psicólogo, palestrante, terapeuta de família casal.
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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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