Padre Beto 15 de junho de 2017

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Judith Ralitzer é uma prestigiada escritora francesa; Pierre Laclos é um homem que, em viagem por uma estrada francesa, conhece a histérica Huguette. Aos poucos, o filme “Crimes de Autor”, de Claude Lelouch, revela as relações das personagens e suas verdadeiras faces: uma trama repleta de farsas e aparente mistério.

Na obra “Fausto”, de Goethe, o protagonista procura fazer a tradução do Novo Testamento para sua língua materna. Ao iniciar sua tentativa, se depara com a frase: “No princípio era a Palavra”. Fausto procura, então, traduzir “Palavra” com mais precisão: “No princípio era o sentido”. Não satisfeito, toma a resolução de escrever: “No princípio era a Força”. Ainda não feliz com a tradução realiza sua última tentativa: “No princípio era o ato”. Desta forma, Goethe propõe que palavra e ato sejam compreendidos como sinônimos. Sem dúvida alguma, aparentemente, existe uma grande distância entre o que falamos e o que fazemos. Mas, se prestarmos bem atenção na dinâmica do jogo da vida, chegamos à conclusão de que todo ato teve sua origem na palavra. No jogo do viver tudo começa com nossa postura interior, através daquilo que pensamos e formulamos em palavras. Tudo aquilo que imaginamos com intensidade e frequência possui consequências concretas em nossa vida. Por isso, para se obter êxito no jogo da vida é necessário educar nossos pensamentos, imaginações e palavras. Se tivermos nossa faculdade imaginativa educada para o bem, realizaremos em nossa vida todo o desejo justo de nosso coração: saúde, riqueza, amor, amigos, enfim, a expressão perfeita de nós mesmos. A produção constante de nossa mente acaba sempre virando carne, tornando-se realidade. Nossa mente é constituída por três partes: o subconsciente, o consciente e o superconsciente. O subconsciente é uma força poderosíssima, porém, neutra e sem direção. É como o vapor e a eletricidade, os quais executam coisas de acordo com a direção recebida. Aquilo que sentimos profundamente em nosso íntimo, ou aquilo que imaginamos é impresso em nosso subconsciente e programado para tornar-se ato. A mente consciente é a nossa dimensão racional. Com ela julgamos aquilo que podemos ou devemos realizar em nossa vida. A mente superconsciente é a mente divina manifestada em todo o ser humano, sendo, por isso, a região dos sonhos, dos desejos e das utopias. Ela representa nossos ideais, a nossa expressão de perfeição e nos anima a permanecer na vida. A abundância existe em nosso caminho, porém, só poderemos levá-la à manifestação através dos desejos, da fé e das palavras. Jesus Cristo nos explicou que somos nós que devemos fazer o primeiro movimento: “todo aquele que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá” (Mt. 7, 8). Todo nosso desejo, manifestado ou não, é uma prece. Nada se impõe entre nós e nossas utopias senão o medo e a concepção infeliz de não sermos capazes. A desconfiança em nós mesmos significa cegueira e o medo nada mais é do que a fé inversa. Uma das grandes mensagens de Jesus Cristo é a verdade de que somos filhos de Deus. Como tais, temos a capacidade, queiramos ou não, de tornar nossas palavras uma realidade.  Nós temos sempre um ouvinte silencioso e poderoso ao nosso lado: o subconsciente. Todo pensamento, toda palavra é impressa nele e executado depois. O caminho de realização pessoal se inicia com o rompimento de todos os antigos registros de nossa mente subconsciente, dos registros negativos e a sua substituição por outros que sejam novos e belos. Os maus registros de nosso subconsciente são os pensamentos que expressam os sentimentos de raiva, medo, tristeza e preocupação. As nossas palavras, sejam elas pensadas ou pronunciadas, devem afirmar que nossa vida é uma expressão de princípios positivos como harmonia, amor, verdade e justiça. Apesar de muitos afirmarem que a vida é uma luta, se pararmos um pouco para pensar, chegaremos à conclusão que ela é, na verdade, um jogo e este consiste na dinâmica do dar e receber. O que damos recebemos da vida. O que pensamos e fazemos possuem seus efeitos no universo. Se dermos ódio, receberemos ódio, se dermos amor receberemos amor. “Os ideais que iluminaram meu caminho e sempre me deram coragem para enfrentar a vida com alegria foram a verdade, a bondade e a beleza” (Albert Einstein).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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