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Em meus silêncios fito o céu, pergunto:
– Meu Deus! Meu Deus! Por quanto tempo mais
a insensatez governará o mundo
incinerando as provisões de paz?
Para a resposta Ele convoca a lua
que tudo espia de seu trono cíclico;
e ela, entre nuvens, a planger, murmura:
“O bem e o mal nascem do livre-arbítrio.
Como é nociva a estupidez humana
que estando aí, ali e em toda parte
com passos largos, decidida, avança,
mata e devora a sua própria carne.
Quantos demônios no hemisfério Norte
com seus botões de governar a Terra
se perpetuam diante de holofotes
no ensaio impio de expandir a guerra!
No Oriente Médio, por cruel disputa,
sombras que brotam pelos campos sírios
foram treinadas pela ditadura
para ceifarem pais, irmãos e filhos.
A humanidade está chegando ao fim;
digo embasada nessa covardia:
em Khan Sheikhun as nuvens de sarin
cobriram anjos com véus de agonia.”
Findo o discurso a lua se despede
atrás da chuva pra fugir do imbróglio;
e cada pingo sobre a minha pele
confunde-se com rios em meus olhos.
Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.
Imagem enviada pelo autor.