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Propagar o ódio, mesmo que seja resposta a possíveis formas de opressão é algo indevido.
Mas muito mais do que algo indevido serão as consequências que tais atos poderiam proporcionar a toda uma sociedade, que observa tudo no espaço que lhe é peculiar…

Estamos atravessando um tempo, no montante social contemporâneo, onde o ódio está sendo disseminado com muita frequência, onde as diversas formas de opressão estão terminando por fazer com que, ao invés de vítimas, algumas pessoas terminem por se comportar de maneira grotesca e hostil, fazendo com que o agravante anterior seja transformado em instrumento de manipulação diante das massas.
Sabemos que, em nossa atual sociedade existe o racismo, a homofobia, a xenofobia, bem como algumas outras correntes que insistem em oprimir determinados grupos, por serem de alguma maneira diferentes ou por agirem de formas diferenciadas.
Sentir raiva, é algo bastante comum quando o assunto são emoções desenfreadas e descontroladas.
Mas será que vale a pena manifestarmos indignação, indo para outro polo, onde ao invés de vítimas, passaremos a nos comportar com desequilíbrio, tentando mascarar a nossa impotência travestida de indignação mediante uma situação?
Será que vale a pena, passarmos pra frente esse ódio que insistimos em fingir não estar ali, fazendo com que o foco seja desviado e deixado de lado pela maioria de nós?
Quem aqui, nunca se comportou de maneira descortês em determinadas situações cotidianas?
O instrumento de manipulação, seria uma forma de desviarmos à atenção do verdadeiro foco, que seria uma real forma de indignarmo-nos frente aos fatos que se desencadeiam diante de nós.
É uma forma equivocada de dominação, fazer com que, empurremos goela abaixo certos comportamentos e, mais do que isso, seria indevido aceitarmos o incorreto como sendo algo moralmente aceitável.
Vou citar um exemplo bastante corriqueiro, mas que acontece com muita frequência para a maioria de nós.
Em nossa infância, tínhamos muitas vezes o costume de manusear algumas situações em nosso benefício, fazíamos isso não porque éramos maus, mas sim porque era um meio viabilizado onde obtínhamos vantagem diante de algumas situações.
Se Pedrinho agride verbalmente Joãozinho e Joãozinho em sua condição infantil protege-se, poderia tentar nesse ínterim, oprimir Pedrinho, culpabilizando-o e passando a agredi-lo também verbalmente na tentativa de autodefesa, fazendo com que a situação se inverta, aproveitando-se da situação para tentar beneficiar a si próprio, onde ao invés de pregressa vítima, este passe a ser o dono da situação evidenciada, isso ao menos aparentemente.
Pedrinho em suma, estaria errado e Joãozinho correto, mas o proceder incorreto de Joãozinho fará com que ele, que era a suposta vítima, torne-se o verdadeiro agressor da história.
Esta seria a atitude de muitas pessoas na fase adulta, a diferença estaria apenas refletida nas proporções que seriam maiores…
Quantos de nós agimos com agressividade, perdendo completamente as estribeiras, modificando rotas, aniquilando completamente a noção de condutas que poderiam ser corretas, fazendo com que abandonemos completamente a razão mediante algumas situações que vivenciamos?
Como diz o ditado, quem grita perde a razão. E isso não deixa de ser algo muito real e verdadeiro que acontece com toda certeza, com muita frequência nos lares das diversas moradas que abrigam indivíduos, que nem sempre são dotados de equilíbrio.
Devemos refletir na presença de algumas situações, envolvendo segundos e terceiros.
Eu jamais poderia fazer com que, a minha posição que antes era desvantajosa e oprimida transforme-se posteriormente em objeto abusivo.
Ou seja: Eu não posso jamais me comportar de maneira agressiva, soterrando o colega, mesmo que o outro seja de fato, o errado da história.

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Reflitamos…
O erro começa a acontecer na medida que eu transgrido a minha consciência, no momento em que eu passe a ser colonizador do colega, pois um erro não pode jamais justificar o outro.
O correto pode ser uma via de mão dupla, confundindo às manifestações que colocariam cada um em seu devido lugar, se a segunda parte agisse de forma correta.
É importante salientarmos que para se ter uma boa conduta, será necessário um amadurecimento do ego infantilizado, passando para o posterior estágio, como diz Augusto Cury, de sermos protagonistas de nossas histórias, mas não basta sermos protagonistas, precisamos modificar nosso comportamento em face das evidenciações que descortinam-se para nós.
Passemos a ser benevolentes, ou ao menos equilibrados, referente aos fatos absurdos que nos acontecem.
O feminismo, mesmo discordando de algumas coisas, é uma corrente que oferece a função de modificar progressivamente atitudes que, anteriormente geravam opressão às mulheres.
É preciso que o quadro se modifique, assim como preciso é que não sejamos agressivas diante do interlocutor do sexo oposto.
O que estou querendo dizer, simplesmente é:
Não permita-se ser indelicado diante de quaisquer situações em que você encontre-se inserido, pois a voz da razão pode facilmente se perder, fazendo com que a situação se modifique por completo, ausentando de si, o direito de defender-se sem que os fatos discorram em seu benefício, ou melhor, do beneficio do que seria o correto: como alterar velhos esquemas preconceituosos que sempre existiram em nossa sociedade.
O ódio gerará sempre mais ódio e isso, ao invés de nos libertar, certamente nos aprisionará.
Valerá muito a pena raciocinarmos e notarmos que, para a coisa fluir no ritmo da correnteza direcionada, é preciso que modifiquemos também nosso proceder, que estaria de fato equivocado.
A raiva é um instrumento que deve servir para a libertação, para que pouco a pouco nos desvencilhemos dela, pois ela não será fortuita em nossos caminhares.
Observemo-nos, na tentativa de sermos cada vez mais, seres cautelosos, obtendo consciência na tentativa de sermos verdadeiros obreiros de boas condutas, pois sabemos que para que qualquer coisa evolua, é preciso que ela passe da inércia para a ação, que passe da passividade para atos honrosos e dignos.
É preciso que, exista uma reforma interior, se quisermos que as coisas possam crescer constantemente, caminhando para que os novos passos sejam os passos seguros que daremos seguindo em direção ao progresso que precisa ser alcançado para que a sociedade caminhe cada vez mais, na certeza de que, nada aqui tenha sido em vão.
Insistamos em prosseguirmos fiéis a tudo que nos remeta a dignidade de sermos quem somos, sem ferir ninguém, acreditando que juntos seremos melhores, para seguirmos unidos nessa caminhada rumo ao universo que cada um guarda dentro de si, seguindo firmes na convicção de que tudo que fizermos será refletido no universo que nos rodeia e isso será o donativo que guardaremos dentro do que nos torna merecedores da grande joia que é a vida, abrigando merecidas vitórias que certamente alcançaremos nas asas fecundas desse tempo fecundo, lúcido e imortal.

foto Thiana Furtado

A autora é escritora e analista da vida.
Procura apreender os sentimentos ocultos que permeiam a transitoriedade das relações.
Segue a vida de forma leve, fazendo o que mais gosta, que é escrever.
Deseja a todos que sigam sempre em linha reta, tendo a convicção de que embora a vida muitas vezes os derrube, o amor será a chave que abrirá as portas e janelas de suas almas, fazendo o sol brotar sorrateiro nas mediações do horizonte que perfazem tudo que é seu, com a inteireza e integridade de dias lindos que estarão prontos para chegar e lhes acompanhar com todo amor que existe dentro e fora de suas vertentes mais íntegras.

Thiana Furtado Escritora | Facebook
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Obs: Imagens enviadas pela autora

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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