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Dois acontecimentos, entre outros, merecem uma reflexão que amadureça nossa consciência cidadã. Um deles, as manifestações desta semana, contra a atual ditadura no país; outro, sobre essas repentinas mortes de macacos com suspeita de febre amarela.

Vamos com o primeiro acontecimento. As grandes marchas em defesa dos direitos dos brasileiros ameaçados pela perversa proposta de reforma da Previdência. Santarém, Monte Alegre e Itaituba participaram dessa imensa manifestação de repulsa à ditadura Michel Temer. Confirmada a lista de grandes marchas em 125 cidades brasileiras, incluindo 25 capitais. Em São Paulo 200 mil pessoas encheram as ruas no aviso ao Michel temer, de que não aceitarão esse crime contra os brasileiros. O gigante que até então vivia deitado eternamente em berço esplêndido, despertou, Os corruptos políticos saberão que de agora em diante, os filhos da grande pátria não temem a luta; nem o Temer, nem a própria morte, para defender as vidas de seus filhos e netos. Nesta semana o Senador Paulo Pain deu o recado da tribuna do senado ao presidente: Você Michel Temer, só tem duas opções: ou retira a proposta de reforma da previdência agora, ou renuncia ao cargo.  Infelizmente, boa parte dos deputados federais ainda se submetem aos interesses do poder central e apoiam o perverso projeto da reforma. Entre eles, nove dos dezessete federais são do Pará.

Lamentavelmente a maioria dos brasileiros não pode saber que foram milhões a se manifestar nas marchas pelas ruas. Isto por que todos as grandes redes de televisão omitiram essas informações. Globo e Bandeirantes e Recor, preferiram mostrar dificuldades do trânsito em várias cidades acusando as marchas como causas. Essas redes não informam corretamente porque estão submissas ao governo federal pelas dívidas que tem e pelos favores que recebem. Basta ver as propagandas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil em todas.

A liderança da Igreja católica foi estimulada pelo Papa Francisco a participar das marchas pela defesa da vida e da justiça social. No Pará o bispo de Marabá, dom Jesus, participou da marcha e fez pronunciamento denunciando a ditadura que prejudica os pobres e os trabalhadores.

A luta de classes está declarada, ricos contra os pobres. Nessa guerra o apoio do Papa Francisco é claro ao dizer: “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.

Outro acontecimento é o alarmante caso de mortes de macacos em vários estados, supostamente atacados de febre amarela. Como explicar que os macacos mortos quase ao mesmo tempo, eram de estados distantes como Bahia, Maranhão, Rurópolis e Alenquer no Pará? Será mesmo uma epidemia? Ou será uma forma de as grandes redes de televisão desviarem as atenções da gravidade da ditadura Temer? Até agora não foi confirmada nem a causa da morte da criança de Alenquer. Mas já anunciam disponibilidade de vacina em vários postos de saúde. Macacos e outros animais morrem todos os dias, especialmente com a destruição de florestas e uso intensivo de inseticidas e herbicidas nas plantações de soja, milho e canaviais. Basta perceber a invasão de abelhas nas cidades, por que elas chegam? Isso, as redes de televisão não alarmam a população. Uma pesquisa séria poderá descobrir que tantos macacos, tatus, tamanduás, estão morrendo envenenados por agrotóxicos.

Estas análises hoje devem servir de alerta aos ouvintes da Rádio Rural para não engolirem meias verdades e até mentiras, passadas pelas grandes redes de televisão. E as marchas populares da semana, em 125 cidades brasileiras, inclusive várias aqui do Pará, devem estimular outras associações, sindicatos, comunidade de base, igrejas cristãs a se juntarem à grande defesa dos direitos dos trabalhadores ameaçados pela  tal reforma da Previdência social.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
 Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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