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Na semana que passou, algumas luzes brilharam no horizonte do Brasil. As trevas são as imposições do governo ilegítimo, como a Reforma da previdência, a lei da terceirização do trabalho e as mudanças no ensino médio. Quatro crimes hediondos contra os pobres, os trabalhadores e os estudantes.

Já os sinais de luz no horizonte são as resistências que crescem na sociedade civil organizada. Ela não vai aceitar de jeito nenhum que o governo e o congresso nacional destruam os direitos adquiridos ao longo de tantos anos.  Um desses sinais aconteceu nesta semana aqui no Tapajós. Um grupo de indígenas Munduruku conseguiu impedir uma falsa audiência pública na Câmara de vereadores de Itaituba. Isto aconteceu na última quinta feira. Tal audiência pública visava autorizar o arrendamento de grande área da Floresta nacional Itaituba, onde vivem aldeias Munduruku. Estavam promovendo essa maracutaia, ICMBIO e Programa de gestão de florestas. Os Munduruku conscientes de seus direitos, embargaram a audiência apresentando o protocolo de consulta prévia que não foi feita aos ameaçados pelo tal arrendamento.  Seguem eles o que diz a cantiga – quem sabe faz a hora não espera acontecer. Pelo tal arrendamento de floresta o governo entregaria milhares de hectares de floresta para uma empresa explorar e lucrar, retirando madeiras, castanha, óleos medicinais e o que mais encontrar ali. Enquanto os moradores do entorno da Flona seriam proibidos de entrar na floresta arrendada. A audácia dos Munduruku salvou de uma desgraça  os povos tradicionais da região.

Outro sinal de luz vai acontecer em Santarém na terça feira, dia 11 de abril. Será uma tribuna livre na Câmara de Vereadores, solicitada pelo Sindicato de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Santarém. O assunto será sobre a tal reforma da previdência, que quer esmagar os trabalhadores com aposentadoria só após 49 anos de contribuição para a previdência social e contra também a tal reforma trabalhista, que vai retirar direitos a férias, ao décimo terceiro salário, entre outros prejuízos. A tribuna livre vai começar às nove horas da manhã e todos os inquietos com as malandragens do governo TEMER são chamados a participar.

No próximo dia 28 uma sexta feira, será outro dia de pressão sobre o governo ilegítimo.  Está sendo programada uma greve geral no país contra as leis absurdas já mencionadas. Sindicatos, associações, comunidades cristãs de todas as igrejas, padres, pastores, bispos, diretores de escolas, professores e estudantes, afinal todos e todas que já compreendem os prejuízos das reformas impostas pelo Congresso nacional e governo Temer, estão convocados a participar de uma forma ou de outra, das manifestações do dia 28 de abril. Assim, moradores dos municípios de Santarém, Belterra, Monte Alegre, Alenquer, Óbidos, Curuá, Mojuí e demais comunidades urbanas e rurais, se não podem estar de paralização,  devem se reunir, explicar aos que não compreendem ainda as desgraças dessas reformas, escrever uma carta de repúdio e enviar para a Rádio Rural e redes sociais. Nenhum cristão fiel a Jesus Cristo pode ficar calado diante de tantas injustiças promovidas por deputados, senadores e presidente.

Escute o que disseram os bispos do Rio Grande do Norte na semana passada: “Vemos, com apreensão e repúdio, o silêncio perturbador de boa parcela da classe política brasileira, que adere a essa mudança de forma passiva e adesista. Esperamos, com redobrada atenção, que os nossos mandatários, legatários principais da confiança do nosso povo, não traiam os interesses daqueles eleitores que 2014, saíram de suas casas, em sua maioria habitações simples e desguarnecidas de tudo, para votarem em candidatos em quem depositaram a esperança num futuro venturoso e de maior justiça social. Afinal, Cristo deixou como lembrança: “A quem muito foi dado, muito será cobrado (pedido)”. (Lc 12,48)

Convocamos, pois, os cristãos e cristãs, bem como todas as pessoas de boa vontade, particularmente de nossas comunidades, a se mobilizarem contrárias à proposta de Reforma da Previdência”. Assinam os bispos da capital Natal, de Mossoró e de Caicó.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
 Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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