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Seu sorriso não me comove mais. Embora eu tenha uma queda, uma fraqueza ( até preocupante que me leva a vagar pelas ruas ou visitar perfis só para ver aquela fileira de dentes que me estremecem) saiba que não sinto absolutamente nada ao olhar ao seu. Perdeu a graça. Ficou cinza (ou amarelo), se desfez no tempo e nas minhas memórias.
Eu te vejo e aquela vontade infinita que tinha de percorrer teu corpo com as mãos, os lábios e os dentes cessou. Você virou um estranho e não me atraio com algo que desconheço. Pensando bem, mesmo entre os suspiros e aqueles poucos afagos sempre fomos dois estranhos um para o outro. A porta que abria o quarto era também a nossa volta para a realidade e o fim do ato de 60 minutos (ou de 90 não mais que 120).
E embora eu fosse capaz de fazer algum plano ou de simplesmente cuidar de você no nosso universo temporário ou fora dele, fosse pelo impulso de te querer bem ou de apenas fazer isso espontaneamente, hoje só quero que fiques bem. Quando lembrar de mim, espero que se recorde daquela nossa última transa, onde contra todos seus dilemas internos e convicções você se entregou e sorriu ao fim. Fico com seus gestos desconcertantes e com aquela sua postura às vezes contraditória. (20.02.14)
Obs: Imagem enviada pela autora