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1- AS TENTAÇÕES DE JESUS NO DESERTO
(Mt 4,1-11)

Tentação é tudo quanto desafia a tua fidelidade ao teu Deus…
A cada momento, és colocado diante da necessidade de escolher entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, entre a felicidade e a desgraça: para ti… para os teus… para a Humanidade…
E tu te comportarás como?…
Qual será a tua opção?…
Lembra-te: O Senhor está contigo!
Fixa teu olhar em JESUS,
“que vai à frente de nossa fé e a leva à perfeição” (Carta aos Hebreus 12,2):
– vê como ele, rechaça a proposta fácil de resolver seu problema…
– vê como ele firmemente se nega a dar uma de poderoso…
– vê como ele, simplesmente despreza a proposta ambiciosa de ser dono do mundo…
Tudo isso, na força da Palavra de Deus, pela fidelidade ao Projeto de Deus,
que o enviou “não para ser servido,
mas para servir e dar a vida
em resgate por muitos” (Mt 20,28).

A Natureza e as Culturas dos povos originários e de todas as comunidades que convivem harmonicamente com as águas, com o solo, com a vegetação, com a fauna, com o clima, em cada Bioma, depredado e ameaçado, estão clamando!

E  seu clamor se levanta como um grande “Sinal dos Tempos”… Quais seriam as tentações, os desafios que estão postos diante de nós?… Como enfrentá-los?…

2 – DA TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
(Mt 17,1-90

É tempo de subir a montanha para receber a revelação do Cristo transfigurado e sonhar com o brilho
de uma vida transformada,
de um mundo novo!
É tempo de escutar o testemunho dos profetas que nos anunciam o êxodo,
a libertação!
É tempo de escutar a voz do Pai,
que nos manda levar a sério seu Filho muito querido!
A caminho de Jerusalém, a Nova Cidade, a Cidade da Paz, com Jesus, nosso Mestre, animemo-nos uns aos outros!

É tempo de campanha da fraternidade.
É tempo de alimentar o sonho de uma terra transfigurada,
Terra boa e espaçosa, terra onde corre leite e mel” (Ex 3,8):
– onde nossas riquezas naturais, em cada região, são bem cuidadas por nós humanos;
– onde o nosso solo é tratado como “mãe gentil”, de modo a conservar sua fertilidade natural, e poder nos dar o pão de cada dia, em vez de desgastado e esterilizado pelas queimadas, pelo envenenamento dos pesticidas e pela erosão;
– onde nossas águas, nosso rios, nossos mangues, nossos mares são tratados como bênção maior do Criador, libertos para sempre das ameaças do desmatamento, da poluição das mineradoras, da sujeira dos esgotos e da podridão do lixo;
– onde nossas florestas, nossas árvores, nossa riqueza madeireira é manejada com racionalidade e tem garantida sua sustentabilidade;
– onde nossa agricultura familiar é priorizada, e nossa alimentação liberta dos horrores do agrotóxico;
– onde nossas periferias urbanas são saneadas e libertas para sempre das pestes e epidemias.

Páscoa, a passagem libertadora de Deus, em Cristo, é a força motora que nos engaja na busca de realização deste sonho.

3 – JESUS E A SAMARITANA
João 4,5-42

Sob o sol do meio-dia, no ardor da sede, toda água é bem-vinda…
O Divino Caminheiro tem sede, encontra um poço, mas não tem como tirar água para matar sua sede…
Ele pede, humildemente, a quem chega com um balde e pode ajudá-lo a matar sua sede…
Mas sua sede era mais do que daquela água, e desperta, em quem lhe pode dar de beber, uma sede que a água daquele poço não mata: a sede de Vida em plenitude!

Ele veio para que os sedentos da Justiça do Reino tenham vida e a tenham em abundância.
E para a mulher que lhe nega a água do poço, ele se faz “fonte que jorra para a vida eterna”!
Com que sede viemos hoje para este encontro com Jesus?… Que água estamos procurando, nesta árdua caminhada quaresmal?…
Estamos sendo capazes de atiçar, uns nos outros, umas nas outras, esta mesma sede da Justiça do Reino?…
É ele quem nos diz e garante: “Felizes as pessoas que têm fome e sede da Justiça, porque serão saciadas!”.

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE.
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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