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Folia de carnaval
Que alegria, que astral
Corre a terça
Sobram as cinzas da quarta
Ficam os restos de fim de feira
A semana começou no “meio”
Com cara de segunda-feira
Não se vive só de folia e euforia
Mas a alma dolorida
Clama por anestesia
Exige a carta de alforria
Do duro cotidiano
Para festejar
Os 365 dias do ano
Agora é preciso parar, pensar
Cabeça pra cima, no teto
Olhando para a rotação do ventilador
Tentar ventilar as ideias
Porque agora no Brasil
O ano começou
Mas é claro que já havia começado
Principalmente para o trabalhador
Que de Janeiro a Janeiro
Trabalha como catador
E no carnaval,
Garante o seu décimo terceiro
Ele cata o que sobrou das coisas
Das pessoas e das comidas
Tristemente “precisou”
Se acostumar com os restos
Deixado pelos endinheirados
Que na rua,
Passando por ele
Todos os dias
Nem os seus restos
Nem o seu rosto
Reconhecem.
No carnaval o pobre dá show
É assistido na avenida
Pelos que nunca o viram
Mas sua escola
Sempre tenta colocar
Alguns famosos desavisados
Na comissão de frente
Para sua escola decolar
No caleidoscópio do cotidiano
Cada um enxerga o que quer
Ou o que consegue.
Alguns guerreiros
Se esforçam para ver
Para além deles mesmos
Outros se interessam apenas
Pela sua própria imagem
No espelho.
Obs: O autor é Psicólogo, palestrante, terapeuta de família casal.
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