Desculpe-me Martin Luther King, não quero ser preconceituoso, em termos de cidadania, mas é apenas um pequeno ataque de “brasilidade”, não quero cometer maiores injustiças com os nossos, também grandes brasileiros e não acredito seja necessário dizer grandes brasileiros negros, porque a concentração de melanina não influi na grandiosidade de um homem. São grandes homens, estes sim, os indivíduos gerados e criados pelo Divino.

Este momento de brasilidade ocorreu-me quando do discurso do Governador Ronaldo Lessa, em sua visita ao Piauí. Além de seu grande entusiasmo pelo Nordeste, clamando pela união dos Estados que precisam se desenvolver mais e mais rapidamente, como o Piauí e a Alagoas, chamou-me também à atenção a sua exaltação a Zumbi dos Palmares. Então grande mártir americano perdoa-me, tu já foste tão exaltado, tua luta pelos direitos humanos já é internacionalmente reconhecida, e o nosso grande Zumbi ainda era considerado há tão pouco tempo como bandido.

Historicamente não temos reconhecido, na maioria das vezes, nossos grandes brasileiros, muito menos em vida. Precisaram grandes vultos de nosso País morrerem, vários anos se passarem e, às vezes, até séculos, para que possamos reconhecê-los. E mesmo assim ainda insistimos em classificá-los como negros notáveis. Por que não simplesmente homens notáveis. Sabemos que existe a raça negra, como também a amarela, entre outras. Mas por que temos que fazer este destaque de negro, quando a exaltação é ao homem. Quando se enaltece o branco não se houve falar em o grande homem branco. A não ser quando estamos assistindo os tradicionais filmes americanos envolvendo os índios e estes se referem sempre ao grande homem branco.

Quero, portanto, saudar os grandes homens como Joaquim Nabuco, Castro Alves e Zumbi e fazer um grande destaque. Não da cor da pele destes homens, mas sim da importância para o mundo destes heróis nordestinos. De suas inteligências, de suas bravuras, de suas visões sociais e acima de tudo de suas “brasilidades”, da fé desses homens em construírem um mundo melhor. Um mundo mais justo e mais fraterno, sem nenhuma discriminação. Um mundo tal qual o Criador nos ofertou, onde todos somos iguais, temos os mesmos direitos e os mesmos deveres. Lembremo-nos que “Cristo se entrega na Eucaristia, igualmente para todos os homens”. Não exige nenhuma fila para doar-se, quer apenas que aquele que vai recebê-lo receba-o de coração e ajude-o a transformar o mundo violento, injusto, sem amor, sem fraternidade, sem cidadania e com tantos preconceitos.

Salve Joaquim Nabuco, salve Castro Alves, Salve Zumbi, Salve…

Quero solidarizar-me também com todo governo que pretende fazer o Nordeste grande, reconhecido e respeitado, não só pelas suas decantadas potencialidades, mas principalmente pelos reais valores, tanto os dos recursos naturais, como os seus recursos humanos. Hoje já podemos e devemos participar do desenvolvimento do País, inclusive o Piauí, pois já possuímos, capacidade em ciência e tecnologia em nível de colaboração nacional, precisamos apenas do reconhecimento e da oportunidade, a comunidade científica, principalmente do Piauí, anseia pela sua consolidação no Sistema de Ciência & Tecnologia Brasileiro, queremos demonstrar, não só, repito, potencialidade, mas a capacidade inequívoca de contribuir para o desenvolvimento do nosso Estado e conseqüentemente do nosso País. Salve, salve, meu Brasil. Salve…

Obs: O autor, Prof. Dr. Rômulo José Vieira é Acadêmico da Academia de Ciências do Piauí; Acadêmico da Academia de Medicina Veterinária do Piauí; Acadêmico correspondente da Academia de Medicina Veterinária do Ceará; Acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Medicina Veterinária.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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