1 de janeiro de 2017
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09/10/2010 & 20/12/2016
Sempre me faço perguntas de vida e morte às vésperas do Ano Novo.
“Nada há de gratuito exceto a morte”. (Freud, extraído de O prazer do texto, Roland Barthes)
Varro os fatos de outros tempos, as fotos do aqui e agora e não posso supor, não posso imaginar o que me aguarda, o que me surpreenderá.
“O prazer do texto é esse momento em que meu corpo vai seguir suas próprias ideias, pois meu corpo não tem as mesmas ideias que eu.” (O prazer do texto, Roland Barthes)
Aguardo uma outra estrada, um país diverso onde possa espalhar sementes de alegria e colher ramalhetes de amizades…
Mãe Natureza – D´Agostinho (CD com Carlos Ferrera & Karynna Spinelli)
Mãe natureza
Patricia Tenório
(Extraído de D´Agostinho, 2010)
Gosto do cheiro
De terra molhada
Da única escolha –
Ficar lendo livros
Ouvindo a chuva cair
Forte
Grossa
Violenta
Deixo-me banhar
Pelas lágrimas
Que clamam
– Patricia, Patricia! Por que me abandonastes?
Lendo Mãe natureza
Stella Leonardos
Setembro/2010
À Patricia Tenório
Sinto esse cheiro
De ideia molhada
Viver sortilégio
Ficar lendo livros
Ouvindo irmã água
Leve
Fértil
Fraterna.
Entendo essa chuva
Riso e lágrima.
Segreda
– Patricia! Patricia do coração poeta!
Procuro descobrir nos acontecimentos o sentido perdido nos textos, nas pessoas, na vida.
“Quando o trabalho que você faz tem vinculação com seu percentual de humanidade, você se conecta ao outro”. (Ismael Caldas, artista plástico em “Das sutilezas e fraquezas humanas”, Viver, Diário de Pernambuco, 08 de Setembro de 2010)
“O que ao leigo pode parecer uma obra-prima nunca chega a representar para o criador uma obra de arte completa, mas, apenas, a concretização insatisfatória daquilo que tencionava realizar; ele possui uma tênue visão da perfeição, que tenta sempre reproduzir sem nunca conseguir satisfazer-se.” (Sigmund Freud em “Leonardo da Vinci – uma lembrança da sua infância”)
Tento seguir o que em mim pulsa, o que em mim se parece com a Verdade e a sinto eclodir por todas as minhas células.
“A filosofia natural apaziguará os conflitos e as dissensões de opinião que atormentam, dilaceram e devastam a alma sem trégua. Mas ela os apaziguará, ordenando-nos não esquecer que a natureza nasce da guerra e que ela é, por tal razão, chamada por Homero de luta.” (“Oratio de dignitate hominis”, Giovanni Pico della Mirandola)
“A diferença não é aquilo que mascara ou edulcora o conflito: ela se conquista sobre o conflito, ela está para além e ao lado dele”. (O prazer do texto, Roland Barthes)
Tomo do lápis e papel e derramo todo o meu Ser Humana em palavras e contradições, na esperança que a Arte se faça, me salve. Exprima.
“… o texto: ele produz em mim o melhor prazer se consegue fazer-se ouvir indiretamente…” (O prazer do texto, Roland Barthes)
“… estamos sempre demasiadamente prontos a esquecer que, de fato, o que influi em nossa vida é sempre o acaso, desde nossa gênese a partir do encontro de um espermatozóide com um óvulo – acaso que, no entanto, participa das leis e necessidades da natureza, faltando-lhe apenas qualquer ligação com nossos desejos e ilusões.” (“Leonardo da Vinci – uma lembrança da sua infância”, Sigmund Freud)
Renasço a cada instante meu, a cada sorriso dado, a cada momento de partilha, experimentado, sem medos e vaidades, o que em mim possuo apesar de todos os detalhes…
Rinascimento*, Patricia tenório
Filmado em Câmera Cannon 7D. Editado em Final Cut Program.
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* Apresentado na X Setimana della Lingua Italiana nel Mondo – “L´Italiano nostro e degli altri”, 18 a 24 Outubro 2010 – Dante Alighieri – Recife – PE – Brasil.
** Patricia (Gonçalves) Tenório escreve prosa e poesia desde 2004. Tem onze livros publicados, O major – eterno é o espírito (2005), As joaninhas não mentem (2006), Grãos (2007), A mulher pela metade (2009), Diálogos e D´Agostinho (2010), Como se Ícaro falasse (2012), Fără nume/Sans nom (Ars Longa, Romênia, 2013), Vinte e um/Veintiuno (Mundi Book, Espanha, abril, 2016), e A menina do olho verde (livros físico e virtual, Recife e Porto Alegre, maio e junho, 2016), traduzido para o italiano por Alfredo Tagliavia, La bambina dagli occhi verdi, publicado em setembro, 2016 pela editora IPOC – Italian Paths of Culture, de Milão. Defendeu em 17 de setembro de 2015 a dissertação de mestrado em Teoria da Literatura, linha de pesquisa Intersemiose, na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, “O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde: um romance indicial, agostiniano e prefigural”, com o anexo o ensaio romanceado O desaprendiz de estórias(Notas para uma Teoria da Ficção), sob a orientação da Profª Dra. Maria do Carmo de Siqueira Nino, publicada em outubro de 2016 pela editora Omni Scriptum GmbH & Co. KG / Novas Edições Acadêmicas, Saarbrücken, Alemanha.
Obs: Vídeo enviado pela autora.
