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A medida está na necessidade.
A máxima já virou clichê nas medias sociais.
Mas, só quem passou por uma,
seja de alimento,
de amor,
ou de transfiguração espiritual
pode tomá-la como sua.
Mas, onde a Justiça?
O que é justo?
Se nesse campeonato de comparação
em que se transformou o mundo,
quem a todo custo deseja ser o primeiro,
raramente se preocupará em ser justo.
Que a mentira é a fácil defesa dos fracos,
já me disseram.
Mas, se ela é a moeda de troca
nesse humano bazar,
onde a verdade?
Nesse trajeto acabamos renunciando
ao que seria ótimo,
aceitando o melhor que nos obrigam.
Mas, o que acontece quando
perdemos de vista o ótimo?
Magnânimo,
qualidade dos deuses?
Peça de museu?
Há alguém ainda que sente inveja
mas imediatamente a supera?
Enviesados,
trocamos as bolas, sempre!
Porque a nossa verdadeira satisfação
não vem de sermos considerados
mais do que os outros.
Mas da consciência
de termos realizado
todo o bem que nos era possível.
Mestres? Gurus?
Não há.
Só o tempo pode devolver
a justa dimensão das coisas.
Do jeito que geralmente adotamos
resta a força esvaziada da razão,
tornando-se sempre algo brutal.
Porque a vida é sempre o
confrontar das imagens distorcidas
pelo espelho de narciso.
Pois todo mundo é zeloso guardador
daquilo que cada um é,
mas acaba defendendo de modo exagerado
o que presume ser.
E somos sempre menos bons
do que pensamos,
e os outros não tão maus
quanto os julgamos.
Há que se dosar a perseverança,
virtude pura da vontade,
para que ela não venha se tornar
simples teimosia,
tolo vazio da obstinação.
Porque o nosso melhor
está sempre no outro.
Ad eternum.
Obs: Imagem enviada pelo autor. (Ilustração: http://www.contioutra.com)