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Quando acontece uma chacina em presídios, ou morre uma figura da burguesia nacional, os grandes canais de televisão fazem uma novela de 4 a 5 dias badalando. Quando porém,  é mais uma agressão econômica do governo golpista, as informações são mínimas e nem sempre objetivas.

Nestes dias subiram os preços dos combustíveis em todo o país. Hoje pela manhã um desses noticiários monopolizados de um canal de televisão, anunciava  que o preço do etanol subiu muito por causa da entre safra da cana de açúcar. Não esclareceu por que também o preço da gasolina subiu na mesma proporção. Isto sem que o preço do petróleo internacional não tenha passado de 30 dólares. Além disso o Brasil é auto suficiente na produção do hidro carbureto.

O informativo deformador do canal nacional dizia que a tarifa mais cara do etanol estaria no ACRE, ao custo de 4 reais e 15 centavos por litro. Isto não é verdade, pois em Santarém, no Pará, o litro do etanol está em 4 reais e 15 centavos, já o litro da gasolina comum está em 4 reais e 28 centavos. Por aí se pode imaginar que em Cruzeiro do Sul, em Parintins e em Boa Vista, os preços variam e para mais alto do que nas capitais da Amazônia.

Ao menos duas conclusões se pode  tirar dessa desinformação televisiva. Uma, é que não se pode confiar nas informações dos grandes canais de televisão, por estarem comprometidas com as ideologias e interesses econômicos dos seus donos; por outro lado, esse aumento absurdo dos preços de combustíveis no país revelam o desprezo  dos governantes pela população nacional. O que interessa a eles é a fidelidade ao pagamento dos juros da dívida pública. Para isso, sacrificam sem escrúpulos os pobres, os estudantes, os trabalhadores e até a classe média, que usa veículos motorizados.

Até onde vai esse autoritarismo político econômico, não se sabe. Mas toda paciência tem limite, inclusive a paciência coletiva dos que sofrem os impactos desse desastre. A falta de democracia por parte das autoridades já provoca reações nos presídios, nos protestos de rua e mais adiante ou o governo muda esse absurdo administrativo, ou uma reação maior virá. A sociedade civil já se manifesta em  vários países da América latina por causas semelhantes.

No México chegou ontem uma notícia sintomática, segundo o Jornal Pág. 12 – “Desgosto, desespero, ira… Isto é o que tem impulsionado nove dias consecutivos de manifestações em todo o país, no chamado “gasolinaço“, em vigor desde 1º de Janeiro, que foi o catalisador de uma crescente tensão que encontrou saídas a partir do aumento dos preços”. No Brasil a situação caminha neste rumo.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
 Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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