Sonhei que era o vento, e em minhas caminhadas aconteciam coisas boas e ruins.
Estas, por minha provável inocência de ser o vento: rápido, frio e às vezes quente.
Em uma estada, conheci a lua.
Olhei-a de perto.
Tinha o corpo desejável, olhos lindos, nariz afilado e uma boca sedutora.
Apaixonei-me.
Procurei ser correspondido, confessando meus sentimentos.
Ela apenas ouviu-me.
Em silêncio, segurou minhas rédeas para cavalgar velozmente na minha ignorância, por ser o vento e existir desde o início da humanidade. A lua, embora adorada há séculos, nasce toda semana e morre todo dia, porém as vezes é nova
Vagando dia e noite, tendo como companheira de quarto a solidão, desejo-a, pensando nela em todo momento e quando a sinto, tenho a certeza de que está comigo.
Acordo e descubro que estava sonhando.
Como gostaria que você estivesse aqui!
Levanto-me, inicio mais uma caminhada, procurando em outros braços o seu afago, beijando outras faces, imaginando a sua, e em outro corpo mato meus desejos, procurando sufocar esta angústia, esta incerteza de existir
Volto, estou sozinho novamente.
Talvez possa, além da vida, encontrar-te e serem correspondidos meus sentimentos.
Assim, “minha alma repousará em paz”.