vilmar

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O natal está chegando, mas…
Nas ruas esburacadas a poeira cobre
O esgoto fétido corre a céu aberto
Aqui perto cães e jumentos disputam o lixo
Enquanto o povo assiste da calçada
O menino descalço chorando por pão

Aposentados fazem fila ao sol
Buscando o que sobrou do empréstimo consignado

Indígenas se esbarram nos bares e hospitais
Buscando alento no nada que lhes sobrou
Enquanto as grávidas se arrastam no comércio
Procurando o que houver de mais barato
Para o filho que vai nascer.

No Fórum os políticos são condenados
Levaram o dinheiro, compraram a eleição…
E calados fingem não ouvir no alto do morro
As mães que choram
Com panelas vazias nas mãos.

Em cada esquina uma Igreja grita por salvação
Levando o último centavo no anseio por esperança

Bonança só nas fazendas de bois
Engordando a barriga do patrão
E no comércio salário é menos que mínimo
É exploração
Ricos mais ricos e pobres agonizando

O natal está chegando…
Mas tudo continua igual o que sempre vi
É preciso muita fé para acreditar
Jesus também pode nascer aqui.
(Arame-MA, 07 de dezembro de 2016)

Obs: O autor é escritor, poeta, advogado, Especialista em Gestão Ambiental de Cidades e Mestre em Gestão e Planejamento Ambiental.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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